Coluna da sexta | Um prefeito ausente, um prefeito alvo
Por Elielson Lima e Lucas Arruda
Mais uma vez, o tradicional debate da TV Globo encerrou a campanha eleitoral. Em Caruaru, a TV Asa Branca parou a cidade e região para apresentar o confronto entre os candidatos. O alvo principal foi a ausência do prefeito Rodrigo Pinheiro, como esta coluna antecipou ontem. Ele foi perguntado por todos os candidatos, mesmo ausente. O silêncio e a imagem da cadeira vazia falaram alto. Qual é o peso dessa falta, ou melhor, dessas? Pois o tucano não foi a nenhum debate. Só as urnas vão responder no próximo domingo.
Em resumo, Fernando Rodolfo (PL) foi o mais combativo contra o prefeito e tentou colar no eleitor bolsonarista às vésperas do pleito. Armandinho (SD) atacou, mas preferiu se apresentar e trazer propostas. Zé Queiroz (PDT) fez um balanço do que já fez como gestor da cidade e pregou uma nova gestão de olho nas mudanças tecnológicas, mas também não poupou o candidato ausente. Michele Santos (PSOL), única mulher no embate, levantou muito a pauta feminista, pegou algumas coisas no detalhe dos oponentes e também bateu muito na gestão atual.
O debate no Recife foi todos contra João Campos. Diferente de Rodrigo Pinheiro, o prefeito do Recife – mesmo liderando com folga todas as pesquisas – mostrou força política e disposição ao comparecer ao debate. Foi o alvo, como já era esperado. Gilson Machado (PL) e Daniel Coelho (PSD), tentando captar os votos para estimular um segundo turno que está muito longe de acontecer. Dani Portela (PSOL) quis marcar o campo político da esquerda e alfinetar Campos.
Há um ponto de convergência entre os dois debates: o desejo de alguns candidatos para que haja o 2º turno.
COLANDO A IMAGEM – Os candidatos Gilson Machado (PL) e Daniel Coelho (PSD) produziram os momentos de maior tensão contra João Campos (PSB). Não foram poucas as vezes que os candidatos tentaram ligar o atual prefeito ao legado deixado por Geraldo Júlio, ambos do PSB.
CRÍTICAS AO JUDICIÁRIO - Apesar de Gilson Machado (PL) ter sido o mais combativo durante a campanha, foi Daniel Coelho (PSD) quem assumiu uma postura mais incisiva no debate - chegando até mesmo a questionar as decisões do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE). Quanto às creches, recorrentemente citadas nesta eleição, Gilson e Daniel praticamente caminharam juntos.
MODERAÇÃO - Do outro lado, o prefeito João Campos (PSB), candidato à reeleição, tentou assumir uma postura serena. Quando atacado, buscava contornar e apresentar tanto propostas quanto realizações feitas em pouco menos de quatro anos na capital pernambucana. Manteve-se moderado e passou tranquilidade.
ESQUERDA DE CARTEIRINHA - Por sua vez, Dani Portela (PSOL) buscou firmar sua posição como candidata da esquerda, distanciando-se dos demais participantes - em especial, Gilson e Daniel. No caso do ex-secretário de Turismo de Pernambuco, Dani não mediu esforços para lembrar ao eleitor seu vínculo com a gestão Raquel Lyra.
FRASE DO DIA: “Sou um progressista de centro-esquerda”, disse o prefeito João Campos (PSB), durante debate da TV Globo.
DEFENSOR – Assim como fez no outro debate, o candidato Daniel Coelho não mediu esforços e palavras para defender o Governo Raquel Lyra, de quem foi secretário de Turismo.
BEZERROS – A prefeita Lucielle de Bezerros vive um céu de brigadeiro rumo à reeleição, é o que aponta a pesquisa Simplex encomendada por este blog. Ela lidera todos os cenários e é a franco favorita. Quem deve estar de sorriso largo é o deputado Mendonça Filho, principal incentivador dessa candidatura.
SEM JUNÇÃO – O prefeito Manuel Botafogo (PMN) falou durante comício que não se juntará com ninguém, sobretudo com o ex-prefeito Joaquim Lapa (PSB), como foi ventilado. “Eu não vou me juntar com quem acabou Carpina”, disse.
PINGA-FOGO: A eleição de Caruaru termina domingo ou terá dois turnos?