Coluna da sexta | Ano de acertos

Por Renan Franza, colunista interino. 

Hoje é dia 29, mas, para a política, já podemos dizer que o ano chegou ao fim. Dificilmente veremos alguma agenda neste tempo de reveillon. Dito isso, doa a quem doer, 2023 foi um ano com mais acertos do que erros, tanto por parte do prefeito do Recife, João Campos (PSB), quanto por parte da governadora Raquel Lyra (PSDB).   

Quem viu os debates do segundo turno da majoritária no Recife em 2020 pode ter torcido o nariz em relação aos posicionamentos e potencial do então deputado federal socialista. Virando a página, com as próximas eleições batendo na porta, até os opositores mais ferrenhos à gestão de João relutam na hora de tecer críticas. O fato é que o prefeito da capital pernambucana fez muitas entregas e trouxe inspirações de outros países em infraestrutura, saúde e educação. Talvez o ponto mais comentado (e com razão) foi o excelente e premiado marketing do prefeito, que contribuiu bastante para que ele superasse o patamar de 70% de aprovação. Não é que João Campos terá vida fácil em 2024, afinal, sabemos que toda eleição só se ganha quando as urnas mostram maioria. O que se pode afirmar é: quem quiser desbancá-lo, terá uma vida difícil. 

Ampliando para o cenário estadual, o primeiro ano de gestão de Raquel Lyra foi em grande parte dedicado, como disse a sempre técnica vice-governadora Priscila Krause (Cidadania) para "arrumar a casa". Apesar das recorrentes críticas da oposição, principalmente em relação à saúde e segurança, a governadora obteve êxito no que se propôs a fazer: aprovou um bom orçamento para os próximos anos de mandato, cortou custos da máquina pública, deu o pontapé inicial em importantes obras estruturais e fez boas entregas. 

Agora, a tucana terá um grande dilema pela frente, já que 2024 será o norteador do sucesso ou fracasso dos três anos que restam do atual governo, não só na gestão pública, mas na política. É de suma importância que Raquel tenha em sua base prefeitos e vereadores alinhados com o mandato em todo o Estado. 

PESOU - Nos dois cenários supracitados, vale destacar que a boa relação institucional com o presidente Lula (PT) tem sido indispensável na construção de uma linha governista a curto e médio prazo. A grande dúvida é se esse bom trânsito continuará pelos próximos anos ou se as articulações políticas falarão mais alto. 

ETERNO PALANQUE -  Se a política contemporânea brasileira nos ensinou uma lição nos últimos anos, foi que não existe mais campanha a cada quatro anos: seja presidente, governador (a), senador (a), deputado (a), prefeito (a) ou vereador (a). A régua de cobrança da população subiu e continuará subindo, assim como a concorrência. As redes sociais facilitam cada vez mais para quem não tem histórico ou apadrinhamento na política, e dificultam para quem não mostra serviço. Os espertos já perceberam que o trabalho de projetos, visitas, entregas, etc, tem que ser diário, assim como a rapidez na hora de responder às críticas e suprir as demandas da população. Quem não se acostumar a estar em eterno palanque, ficará para trás em 2024 e 2026. 

PREMIADOS - Os senadores pernambucanos Humberto Costa (PT) e Teresa Leitão (PT) ficaram no topo do ranking “Mais Influentes do Congresso Nacional”, em 5º e 10º lugar, respectivamente. O ranqueamento foi elaborado pelo Pensar RelGov e Sigalei, que utilizam dados estatísticos e inteligência artificial para processar dados da Câmara e Senado. A título de curiosidade, o primeiro lugar ficou na conta da senadora Professora Dorinha, do União Brasil-Tocantins.

Balanço I - Com o encerramento do período extraordinário na Câmara Municipal do Recife, o presidente da Casa, Romerinho Jatobá (PSB), apresentou um resumo das atividades do legislativo da capital em 2023. Contando Projetos de Lei Ordinária (304), Requerimentos (13.359), Projetos de Decreto Legislativos e Projetos de Resolução, foram, ao todo, 13.759 proposições. Um aumento de quase 400 projetos em relação a 2022. “O nosso 2023 foi muito proveitoso na Câmara, trabalhamos num ritmo acelerado e alinhados com as demandas da população. Foram aprovados diversos projetos importantes para a nossa cidade, de forma célere e sem grandes intercorrências”, destacou o vereador. 

Balanço II -  A bancada de oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) apresentará, no dia 02 de janeiro, um balanço do primeiro ano do governo de Raquel Lyra (PSDB). A reunião foi convocada pela líder da oposição no legislativo, Dani Portela (PSol), e já conta com a confirmação de Sileno Guedes (PSB), Waldemar Borges (PSB), Gleide Ângelo (PSB), José Patriota (PSB), Rodrigo Farias (PSB) e Gilmar Júnior (PV).

UNINDO A OPOSIÇÃO - Com a chegada de Julio Lossio Filho na base da governadora, somando à equação a mais nova vereadora Lucinha Mota e o assessor-especial de Raquel, Guilherme Coelho, o resultado é uma oposição dura para bater de frente com o atual prefeito Simão Durando em 2024. 

JOVEM ZÉ - O experiente Zé Queiroz (PDT), finalizou o ano em uma verdadeira maratona de entrevistas. O ex-prefeito de Caruaru por quatro vezes pretende concorrer novamente ao pleito. O que chamou a atenção foi o repertório atualizado do político: mencionando de forma recorrente temas como cidades inteligentes e crescimento sustentável. 

FRASE DO DIA: “O trabalho para o fortalecimento da segurança de Pernambuco começou no primeiro dia da nossa gestão”, enfatizou Raquel Lyra. 

PINGA-FOGO: A pergunta mais feita em todo o estado neste ano foi...

Quem será o/a vice do prefeito João Campos em 2024?