Coluna da segunda | Um novo PSB surge em torno de João Campos
Mesmo saindo menor das urnas no último dia 2 de outubro, reduzindo a bancada eleita de 32 para meras 14 cadeiras, o PSB aparece com novos quadros e com os históricos aposentados. Nomes do viés ideológico do partido foram derrotados nas urnas, por isso um novo PSB surge muito mais jovem e com tudo para estar nas mãos do prefeito do Recife e herdeiro direto de Eduardo, João Campos.
A liderança de João dentro do partido é inconteste. O atual presidente Carlos Siqueira já revelou que não vai disputar mais o comando da sigla. Seja qual for o resultado do segundo turno, cairá sobre Campos o peso de fazer bem a sucessão nacional para a assumir a legenda, que já foi presidida pelo seu bisavô Miguel Arraes e seu pai Eduardo Campos.
Se der Lula, João terá que dividir o peso da condução do partido com o vice-presidente Geraldo Alckmin. Caso contrário, se Bolsonaro for reeleito, dois caminhos poderão serem seguidos pelo prefeito se assumir a condução da legenda: ou dar uma guinada ao centro e buscar ampliar o diálogo, ou manter a linha do partido no campo de oposição e na agenda progressista sem fazer concessões.
Por fim, com a saída do PSB do Governo de Pernambuco após 16 anos de comando, restou ao prefeito João Campos conduzir os destinos da sigla no Estado. Isso passa pelo apoio à candidatura de Marília Arraes e por consequência pela sua sucessão na capital pernambucana em 2024.
BALANÇO DAS CAMPANHAS – Há 20 dias da eleição, as assessorias das candidatas Marília Arraes e Raquel Lyra enviaram à imprensa uma espécie de balanço da primeira semana de campanha no segundo turno. Segundo a assessoria, Marília contabilizou apoios mais de 150 lideranças e dezenas de entidades. Já a assessoria de Raquel disse que foram mais de 500 lideranças e dezenas de entidades. Essa primeira semana foi de reacomodação da classe política e de articulação. Agora começa de fato a campanha - e os embates.
VOLTANDO AOS POUCOS – Após dias longe de sua campanha vivendo o luto pela perca do seu esposo, a candidata Raquel Lyra se encontra hoje com sua vice Priscila Krause, que durante sua ausência tocou o barco da eleição e recebeu uma enxurrada de apoios ao longo da semana. A expectativa é que Raquel – visivelmente ainda muito abalada – retome aos poucos sua agenda de campanha.
O DESAFIO DE LULA – O núcleo da campanha de Marília Arraes (SD) está apostando todas as fichas no peso do ex-presidente Lula neste segundo turno. Ele e o PT fecharam questão para declarar voto na neta de Arraes. No 1° turno, ele não conseguiu emplacar seu candidato, Danilo Cabral (PSB). Agora, no segundo tempo da eleição, fica sobre Lula o peso de ser o fiel da balança no seu estado natal. Há expectativa de que ele venha a Pernambuco na próxima semana para fazer agenda ao lado de Marília e garantir imagens para a propaganda eleitoral gratuita.
RÁPIDAS
SOLTANDO A VOZ - Defensor da classe artística e reeleito com uma ampla votação, o deputado estadual Antônio Moraes (PP) soltou a voz ao lado do cantor Ed Carlos, em São Vicente Ferrer. Ele cantou uma boa ciranda, durante encontro promovido pelo prefeito Marcone, que o fez majoritário na cidade ao lado do deputado Eduardo da Fonte.
ENFERMAGEM NA ALEPE – Deputado estadual eleito Gilmar Junior (PV) figura da lista dos candidatos que tiveram votos em todas as cidades do Estado. A bandeira da enfermagem e a briga por causa do piso nacional garantiram a ele, que presidia o Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE), uma vaga na Alepe a partir do próximo ano. Ele não estava no radar de muitos da classe politica e até da imprensa.
REUNINDO A TROPA – O presidente do PP em Pernambuco, deputado Eduardo da Fonte, reúne hoje sua executiva e toda a bancada de deputados para alinharem a posição do partido neste segundo turno. Existe uma tendência de que a sigla caminhe com Raquel Lyra. Da Fonte esconde o jogo, mas aliados mais próximos já começam a defender essa tese.
PINGA-FOGO: O PP vai declarar voto em Marília ou Raquel?