Coluna da quinta | Eduardo Campos presente na eleição de Pernambuco  

Mesmo após oito anos de sua partida, o ex-governador Eduardo Campos ainda dita o ritmo da política em Pernambuco. Todos os candidatos, sem exceção, que estão disputando o Palácio do Campo das Princesas tiveram passagem em seu grupo político. Essa é a prova de que sua liderança impactou uma geração de políticos, e que influencia a política pernambucana até os dias atuais.

Vamos falar apenas dos candidatos ao Governo para não estender. A candidata do PSDB, Raquel Lyra, foi secretária do Governo Eduardo e teve seu pai, o ex-governador João Lyra, como vice nos dois mandatos em que Campos governou Pernambuco. Por sua vez, os irmãos André e Anderson Ferreira também tiveram sua presença na Frente Popular sob o comando do ex-governador. Eles só romperam na eleição de 2018, quatro anos depois da morte de Eduardo. 

Miguel Coelho foi eleito deputado estadual e prefeito de Petrolina no primeiro mandato pelo PSB, fruto da aliança histórica que seu pai, o senador Fernando Bezerra Coelho tinha com Eduardo, do qual foi secretário, indicado ministro e escolhido senador na chapa de Paulo Câmara, em 2014. O clima do clã dos Coelhos com a Frente Popular começou azedar após a morte de Campos e o rompimento com Paulo já no anúncio do secretariado. 

A candidata do Solidariedade ao Governo, Marília Arraes, além dos laços familiares, entrou na vida pública pelas mãos do primo. Foi eleita vereadora do Recife com a benção de Eduardo Campos. A relação entre eles não foi tão harmoniosa, ela chegou a romper politicamente com o ex-governador no auge de sua aprovação após uma série de confrontos.  

Já Danilo Cabral, candidato da Frente Popular, faz questão de enaltecer a confiança que Eduardo Campos tinha nele. Foi coordenador da campanha vitoriosa de 2006. Antes disso, ambos foram auxiliares de Arraes. Danilo ocupou as secretarias de Educação e de Cidades do Governo Eduardo. Com toda certeza, o socialista vai tentar explorar ao máximo essa relação na campanha deste ano. O tom já foi dado na convenção. 

Por fim, está provado que Eduardo Campos ainda vive politicamente. O mais interessante é que toda roda de conversa política em Pernambuco sempre termina em Eduardo. 

ANIVERSÁRIO – Se estivesse vivo Eduardo Campos faria, ontem, 57 anos. A data foi recordada por muitos políticos e, como ressaltou o texto principal desta coluna, até por membros da Oposição. A exemplo do candidato a vice-governador de Marília, Sebastião Olvieira, que fez questão de postar uma foto ao lado do ex-governador, de quem foi amigo e também auxiliar no Governo. 

HISTÓRIA QUE SE REPETE – Em 2006, naquela homérica vitória de Eduardo Campos ao Governo, ele foi buscar em Inocêncio Oliveira um braço forte para sua campanha. O gesto de Oliveira de abdicar de ser o vice-governador para atrair mais um partido e a força de Caruaru com João Lyra foi fundamental para a vitória de Eduardo. No rastro do primo, Marília buscou em Sebastião Oliveira, herdeiro político de Inocêncio, para ser seu vice. Resta saber se ela terá a mesma sorte e lastro do ex-governador. 

TRABALHO DE SENADOR – O ex-ministro do Turismo, Gilson Machado (PL), vem demonstrando que não está para brincadeira. Ele praticamente acordou o presidente Bolsonaro para pedir a revogação do decreto que flexibilizava o corretor de imóveis de ser cadastrado no Creci. O pedido foi de imediato atendido e Gilson foi ovacionado pela classe, que estava reunida em um congresso na cidade de Foz do Iguaçu.

DEBATE EM FOCO  – A ausência de Marília Arraes e Anderson Ferreira no debate de uma rádio de Caruaru deu o que falar na classe política durante todo o dia de ontem. O candidato Danilo Cabral chamou ambos de “fujões”, e Miguel Coelho lamentou a falta de disponibilidade. A assessoria de Anderson disse à coluna que terá uma agenda com o presidente Bolsonaro, em Brasília. Já a de Marília justificou à rádio a indisponibilidade por choque de agenda. Lembrando que todos eles haviam confirmado previamente. 

DANDO SUGESTÕES – A ex-ministra do TCU, Ana Arraes, parece que está com seus olhares para a campanha de Pernambucano. Em grupo no WhatsApp dos socialistas, ela vem parabenizando Danilo pelas posições e dando muitas sugestões para o plano de Governo. Agora aposentada, ela está livre para voltar a fazer militância política, como sempre foi ativa. 

FRASE DO DIA – “Exercer a chefia do Poder Judiciário, para uma juíza de carreira como eu, que está há 46 anos, é uma honra inexcedível”, disse Rosa Weber, ao ser eleita presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).

PINGA-FOGO: Por que será que a Codevasf distribuiu aos servidores um plano de ação com passo a passo sobre como agir em caso de busca e apreensão?