Opinião | Lamento pernambucano
As recentes chuvas que desaguaram em Pernambuco causaram muitos estragos. Famílias que perderam seus pertences, seus entes queridos e seus animais de estimação. O quadro desolador deixado pela enxurrada, se faz necessário discutir as causas do sinistro. Não precisa conhecer topografia para saber que a Veneza brasileira é vulnerável aos torrenciais. Acontece que o problema vai mais além. Fruto do crescimento desordenado, parte da Região Metropolitana sofre com a defasagem habitacional, fazendo com que muitas pessoas que saem de outras cidades acreditando na possiblidade de viver de maneira melhor, é empurrada para residir em áreas de risco. Acoplado ao problema, há um fechar de olhos da parte daqueles que deveriam promover políticas públicas habitacionais.
O descaso para com aqueles que mais precisam do apoio estatal, tem sido algo corriqueiro na história nacional. O período chuvoso em Pernambuco sempre foi algo desolador e com os ataques ao meio ambiente, as famosas alterações climáticas, facilmente provocam calamidades. Ficar apresentando relatos do que ocorreu, certamente, não evitará que o fato torne a acontecer, mas um acompanhamento constante das consideradas áreas de risco, pelo menos poderá arrefecer o caos que geralmente se instala no período do inverno.
Em ano eleitoral, certamente o que ocorreu será explorado pelos candidatos aos cargos legislativos e principalmente os do executivo. Entretanto, é necessário que o eleitor esteja atento as fórmulas mágicas que serão postas à mesa.
Olinda, 16 de junho de 2022.
Sem ódio e sem medo.
Hely Ferreira é cientista político.