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UPE realiza pesquisa sobre estudantes e servidores atingidos pela Ditadura de 1964

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Por: REDAÇÃO Portal

Os dados podem ser encaminhados até o dia 30 de setembro

19/09/2024
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Os dados podem ser encaminhados até o dia 30 de setembro

Foto: Arquivo da Biblioteca Nacional

A Universidade de Pernambuco (UPE) está realizando um levantamento dos estudantes e servidores que foram cassados, perseguidos, presos ou submetidos a outras formas de violência durante a Ditadura Militar (1964-1985) - enquanto a instituição era chamada de Fundação de Ensino Superior de Pernambuco (FESP).

A pesquisa está baseada no Relatório da Comissão Estadual da Verdade em Pernambuco, concluído em 2012. No entanto, o professor do curso de História da UPE Carlos Moura, que propôs a iniciativa, explica que novas informações foram encontradas em meio a construção de um livro para celebrar os 60 anos da universidade.

"Durante a escrita da obra, nós encontramos várias informações, vários documentos sobre a resistência de docentes e estudantes à Ditadura civil-militar e à perseguição que esses estudantes, docentes e técnicos sofreram. Alguns foram expulsos e outros caçados a partir do Decreto nº. 477", relatou.

O Decreto-Lei nº 477, de 26 de fevereiro de 1969, definia infrações disciplinares praticadas por professores, alunos e demais servidores ligados ao ensino público ou particular. 

Entre as infrações, no Art. 1º, ficava proibida a prática de atos classificados como "movimentos subversivos", passeatas, desfiles ou comícios não autorizados pelo regime. 

Para catalogar os membros atingidos pelas leis e decretos da Ditadura militar, a Universidade de Pernambuco (UPE) disponibilizou um formulário no site da instituição. Nele, até o dia 30 de setembro, devem ser preenchidos os dados dos integrantes da Fundação de Ensino Superior de Pernambuco/Universidade de Pernambuco. O próprio ex-aluno ou parentes podem submeter as informações.

De acordo com o professor Carlos Moura, pelo menos seis nomes da comunidade acadêmica já foram registrados.

"Desses seis, dois não estão apontados na Comissão da Verdade. Ou seja, nós estamos ampliando a amostra. Nós estamos ampliando o número de pessoas que precisam ter uma reparação histórica, que precisam ter sua memória (preservada) e precisam ter um encontro com a justiça em relação ao período mais bárbaro da nossa história recente", concluiu.

Em 25 de novembro, a Universidade de Pernambuco (UPE) deve realizar um evento para comemorar os 59 anos de existência e homenagear os nomes apontados no levantamento. 

Comissão Nacional da Verdade

No relatório final, a Comissão Nacional da Verdade (2014) reconheceu 434 mortos e desaparecidos políticos vítimas da ditadura militar no país. No último dia 4 de julho, o presidente Lula determinou, por recomendação do Ministério Público Federal (MPF), a recriação da Comissão Especial sobre Mortos Desaparecidos Políticos, extinta em 2022. 

Reportagem - Lucas Arruda

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