Justiça manda prender e torna réus militares do Bope por morte de dois homens na Iputinga
O inquérito do Ministério Público apontou que as vítimas não reagiram à ação dos militares, contrariando a versão dos policiais
Foto: Reprodução
A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público de Pernambuco contra os seis policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) envolvidos na ação que deixou dois homens mortos no bairro da Iputinga, na comunidade do Detran, Zona Oeste do Recife, no ano passado. Eles tiveram a prisão preventiva decretada e agora respondem como réus no processo, após decisão assinada pela juíza Fernanda Moura de Carvalho, da 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, que destacou violência e a frieza da ação. O inquérito do Ministério Público apontou que as vítimas não reagiram à ação dos militares, contrariando a versão dos policiais.
Os policiais militares Carlos Alberto de Amorim Júnior, Ítalo José de Lucena Souza, Josias Andrade Silva Júnior, Brunno Matteus Berto Lacerda, Rafael de Alencar Sampaio e Lucas de Almeida Freire Albuquerque de Oliveira, agora respondem pelo crime de homicídio qualificado, ou seja, sem chance de defesa das vítimas.
Segundo o MPPE, os policiais militares deveriam ter se deslocado para o 11º Batalhão, em Apipucos, na Zona Norte da capital pernambucana, mas seguiram com três viaturas com destino à área do crime. Eles ainda são acusados de alterar a cena do crime para dificultar o trabalho dos investigadores.
No local estavam as vítimas Bruno Henrique Vicente da Silva, de 28 anos, e Rhaldney Fernandes da Silva Caluete, de 32. Segundo o texto encaminhado à Justiça, eles estariam rendidos e desarmados, não oferecendo risco ou qualquer possibilidade de reação contra os denunciados, contrariando a versão dos policiais, que ao se apresentarem à sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), relataram que os homens foram mortos após terem reagido à abordagem.
Imagens de câmeras de segurança no entorno da região mostram o momento em que os PMs invadiram a casa. Ao final, é possível observar os policiais retirando dois corpos enrolados em lençóis, e os colocando em viaturas. Segundo o laudo pericial, tanto Bruno quanto Rhaldney já chegaram mortos à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Caxangá, na Zona Oeste do Recife.
Ouça a nota do repórter Lucas Arruda no 'Play' acima.
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