Eleição de 2022 entra para a história com o maior número de candidaturas de mulheres desde a redemocratização
Cada conquista alcançada pelas mulheres é sempre marcada por muita luta como o voto feminino no Brasil
As candidaturas femininas à presidência da República bateram recorde desde a redemocratização do Brasil. Das doze chapas registradas, quatro são de mulheres, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Simone Tebet, Soraya Thronicke, Vera Lúcia e Sofia Manzano tentam chegar ao Palácio do Planalto. Dessa forma, o pleito deste ano tem a maior representatividade do gênero já registrada na história. Essa também é a primeira eleição geral com duas chapas totalmente femininas disputando o Planalto, com as candidatas à presidência e a vice com Simone Tebet e Mara Gabrilli formando uma chapa e Vera Lúcia e a indígena Kunã Yporã outra.
Apesar do avanço, a cientista política Priscila Lapa ressalta o risco de sub representação feminina na política brasileira.
A eleição deste ano é a primeira com a lei de combate à violência política contra as mulheres em vigor. Uma das primeiras medidas de impacto aprovadas pelo Congresso Nacional para incentivar a participação feminina na política é outra lei que assegura o percentual mínimo de 30% e máximo de 70% para candidaturas de cada sexo. Na ótica da cientista política Ana Tereza Duarte, essa determinação vale apenas no papel.
A participação de mulheres como candidatas à presidência começou em 1989, com a advogada Lívia Maria, que ficou na 16ª posição. Em 2006, a ex-senadora Heloísa Helena foi a primeira mulher a receber mais de um por cento dos votos válidos. Já em 2010, foi a vez de Dilma Rousseff ser eleita a primeira presidente mulher do país. No segundo turno, a petista venceu o pleito contra José Serra, do PSDB.
A cientista política Luciana Santana observa que 2022, ano em que se completam 90 anos da conquista do voto feminino no Brasil, o país tem apenas 15% de mulheres na Câmara dos Deputados.
Para a historiadora e autora do livro O voto feminino no Brasil, Teresa Cristina Novaes Marques, a luta continua.
Cada conquista alcançada pelas mulheres é sempre marcada por muita luta como o voto feminino no Brasil .
REPORTAGEM TÚLIO VASCONCELOS E MARCELLE REIS
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