Do diagnóstico à superação: Graça optou pela vida
Uma jornada complexa que oferece duas opções: a entrega ou a luta
Especial Outubro Rosa - Por Maria Luiza Motta
O câncer de mama é sinônimo de temor para as mulheres. Causado pela multiplicação desordenada das células da mama, é o segundo tipo de doença mais comum depois do câncer de pele não melanoma. Quando o diagnóstico é confirmado, a paciente tem que enfrentar um caminho árduo e realizar uma tarefa complexa: reunir forças e travar uma batalha pela vida. Além do estigma em conviver com uma patologia que pode ser fatal, é preciso lidar com reflexos temporários ou permanentes, como a queda dos cabelos e a retirada da mama parcial ou total, respectivamente.
A pedagoga Graça Motta, de 62 anos, sentiu na pele o que é ultrapassar esses obstáculos, quando em 2009, ao realizar o autoexame, no banho, suspeitou que estava com o tumor. Desde aquele dia buscou, por diferentes caminhos ser mais forte. "Logo que você recebe o diagnóstico é impactante, é desesperador. Na hora você tem duas opções, ou você se entrega ou você luta, eu decidi pela segunda opção lutar pela minha vida”, declara Graça. Na maioria das vezes, quanto mais cedo for detectado mais chances de cura, sendo possível retirar apenas a parte comprometida e não toda glândula mamária. Porém no caso da professora, por decisão médica, para dar mais segurança e evitar a regressão do tumor, foi realizada a mastectomia total do seio esquerdo. "No meu caso foi realizada a mastectomia total, não por estar em estágio avançado, mas para proporcionar essa segurança” afirma.
Após a realização da cirurgia, iniciaram-se as sessões de quimioterapia, um momento delicado, que em alguns pacientes pode causar fortes efeitos colaterais. Graça conta, que realizou o procedimento antes e depois da operação. "Antes da cirurgia realizei quatro sessões de quimio, para diminuir o tamanho do nódulo, posteriormente realizei mais duas sessões, que graças a Deus não causaram tantos reflexos, como na maioria dos casos”. Um dos efeitos mais pontuados pelas mulheres acometidas pelo câncer é a queda de cabelo. No caso da professora, esse foi um dos aspectos mais complicados. “O que mais me afetou foi quando meu cabelo começou a cair, acho que mexe muito com o emocional da mulher”, pontua Graça.
Um dos fatores primordiais para ultrapassar os percalços que a doença impõe,é a família. Graça conta que além do apoio familiar, outro ponto essencial foi a fé. “ Desde o princípio busquei me apegar a Deus, meus filhos e meu marido me deram total apoio, mas acredito que sem a força que a religiosidade proporciona eu não teria conseguido me manter firme”. Ela ainda comentou que quando se sentia abatida procurava sair de casa para que a tristeza e os pensamentos negativos não tomassem as rédias da situação.” É importante buscar estar com quem te quer bem e procurar realizar atividades que proporcionem prazer, se deixar abater é a pior atitude que se pode tomar” destacou.
A força de Graça é mais uma história de superação. A professora destaca que a campanha Outubro Rosa deveria ser feita durante todo o ano. "Acho a campanha Outubro Rosa importantíssima, pois ela atinge pessoas que precisam ter essas informações, a campanha deveria ser feita todos os meses do ano". Ela ainda deixa um recado para as mulheres: "realizem os exames todos os anos e principalmente, façam o autoexame, pois nele é possível conhecer o corpo e saber quando existe algo errado”. A campanha no mês de outubro serve também para alertar os homens, pois o câncer de mama também pode atingir o público masculino. Apesar de ser raro, aparece em homens mais velhos, acima dos 60 anos, e pode ser mais frequente quando na família existe casos de câncer de mama (mesmo que em mulheres) e câncer de ovário.
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