Corpo achado na área do naufrágio no Litoral Norte é do comandante do Concórdia
Segundo a Marinha, o último corpo estava boiando em uma área próxima de onde ocorreu o acidente, na praia de Ponta de Pedras
Foto: Reprodução/Redes Sociais
A Marinha do Brasil encontrou o corpo do último tripulante do navio Concordia, que naufragou no último domingo (15) no Litoral Norte de Pernambuco. Após análise no Instituto de Medicina Legal (IML), foi constatado que o corpo é do comandante da embarcação, Edriano Gomes de Miranda, de 48 anos, residente do Rio Grande do Norte. A sua esposa, Bruna da Silva, foi quem fez o reconhecimento nesta sexta-feira. De acordo com a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE), o corpo de Edriano já foi liberado da perícia para que a família possa levá-lo para o município de Natal, onde ele será enterrado. Das 9 pessoas que estavam no barco, somente 4 sobreviveram.
Segundo a Marinha, o último corpo estava boiando em uma área próxima de onde ocorreu o acidente, na praia de Ponta de Pedras, no município de Goiana. Mas o Ministério do Trabalho contradiz a informação e afirma que o corpo foi encontrado dentro da própria embarcação. Segundo o auditor fiscal do Trabalho, Igor Guimarães, o órgão já deu início às fiscalizações sobre o acidente.
"A empresa responsável pela embarcação que naufragou será notificada para apresentar documentos relacionados à segurança e à saúde dos trabalhadores e também documentos relacionados ao registro desses trabalhadores. Os trabalhadores sobreviventes serão entrevistados, tudo com vistas a averiguar as condições em que a embarcação se encontrava no momento do naufrágio e também os responsáveis pela empresa serão entrevistados para prestar esclarecimentos sobre as documentações de segurança da embarcação. Esclareço que as empresas que fazem o trajeto Recife e Noronha serão objeto de fiscalizações reiteradas pelo Ministério do Trabalho", pontuou o auditor.
A Marinha informou que o casco da embarcação está a aproximadamente 24 metros de profundidade, e que há preocupação dos agentes sobre eventuais prejuízos causados ao meio ambiente por causa do acidente.
A suspeita é de que a embarcação tenha naufragado por excesso de peso. A Marinha, inclusive, afirmou que não foi constatado indício de poluição hídrica no local do naufrágio. Um dos sobreviventes relatou que, antes do acidente, os tripulantes concordaram em retornar ao Recife após perceberem que a carga estava molhada com a água do mar, o que fez quase triplicar o peso. A defesa da AGS Fretes Marítimos negou as acusações, informando que o barco partiu com 120 toneladas, enquanto sua capacidade máxima é de 180 toneladas – e que o problema teria sido o mau funcionamento do leme. Um inquérito ainda está em andamento para identificar o real motivo do naufrágio.
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