PF prende quatro militares e um policial federal acusados de planejar matar Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes
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A Polícia Federal deflagrou uma operação, nesta terça-feira (19), que resultou na prisão de quatro militares do grupo especial “Kids Pretos" e um policial federal suspeitos de terem planejado um golpe de estado para impedir a posse do presidente Lula após as eleições de 2022. Entre as pretensões, as investigações apontaram que os suspeitos pretendiam matar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Entre os presos estão o tenente coronel Hélio Ferreira Lima, que comandava a 3ª Companhia de Forças Especiais em Manaus, destituído do cargo em fevereiro deste ano; o general e ex-ministro interino da Secretaria-Geral Mário Fernandes, Secretário executivo da PR; o major das Forças Especiais do Exército Rafael Martins de Oliveira; o major Rodrigo Bezerra de Azevedo e o policial federal Wladimir Matos Soares. Todos os quatro militares foram presos no Rio de Janeiro e o agente da PF em Brasília. Dois deles estavam trabalhando na segurança de autoridades no G20.
No despacho do ministro Alexandre de Moraes autorizando a operação, há a justificativa de trocas de mensagens entre o coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), e diversos outros militares envolvidos nessas apurações do golpe. Segundo Cid, o ex-presidente estava sofrendo uma pressão maior por parte de parlamentares para tomar uma medida golpista. Cid disse, inclusive, que Bolsonaro, "enxugou um decreto", mas gostaria de conversar ainda com o comandante do Exército General Freire Gomes.
Em depoimento nesta terça-feira (19), Mauro Cid negou conhecer qualquer plano de assassinato de Lula, Alckmin e Moraes.
Segundo a PF, a organização criminosa fez uso de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas entre os meses de novembro e dezembro de 2022. Entre essas ações, foi identificada a existência de um detalhado planejamento operacional, denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que seria executado no dia 15 de dezembro de 2022, voltado ao homicídio dos candidatos eleitos, Lula e Geraldo Alckmin.
Os investigados podem responder pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, Golpe de Estado e organização criminosa.