Opinião | Voltando ao parque
Por Hely Ferreira*
Era início dos anos 90, quando nos corredores do Jornal do Commercio, ao lado do saudoso Cristiano Donato, indaguei do vocalista do Ave Sangria, por qual motivo o grupo não voltava aos palcos? Os anos se passaram e no séc. XXI, o grupo retornou majestosamente com uma apresentação no Teatro de Santa Isabel, em 2014, mas sem sua formação original, estando ausente Agrício Noya (questão de saúde) e Israel Semente Proibida que já havia falecido.
O show memorável que marcou o reencontro do grupo, deixou claro que os antigos fãs estavam desejosos em ouvi-los além de um grande número de jovens admiradores que reconhecem a importância e a peculiaridade do trabalho da maior banda psicodélica do Nordeste e quiçá do Brasil.
Depois de quarenta e nove anos, o Ave Sangria recentemente, retornou ao palco do Teatro do Parque em um show que procurou homenagear o saudoso Paulo Rafael que nos últimos anos era o único guitarrista, já que Ivson Wanderley (Ivinho), faleceu no ano de 2015. Vala salientar, que dá formação original o grupo conta apenas com Marco Polo e Almir de Oliveira. Em tempo de muita controvérsia política, o grupo ressurgiu demonstrando que continua se portando de maneira crítica com relação ao campo político nacional e com competência e comprometimento arrebanhando admiradores por onde passa.
Olinda, 03 de junho de 2022.
Sem ódio e sem medo.
*Cientista político e músico