Opinião | Proibido errar
Nos últimos anos tem crescido de maneira significativa as críticas direcionadas aos institutos pesquisas, principalmente quando divulgam as chamadas pesquisas de intensão de voto. Antes de tudo, precisamos salientar que o papel da pesquisa não é de futurologia, embora muitos acreditem e desejam que seja, mas sua função deve ser de apresentar um diagnóstico do momento e não um prognóstico.
Existem projetos tramitando nas duas Casas Legislativas, visando à criação de medidas draconianas no que tange as pesquisas de intensão de voto. É bem verdade, que todo trabalho científico requer compromisso e seriedade, mas querer punir pelo fato de que o resultado eleitoral divergiu das pesquisas é não permitir o direito de errar.
Trabalhar no campo das chamadas ciências humanas é algo extremamente desafiador. Basta lembrar que a sociedade é dinâmica. Daí, a mesma, carregar enormes desafios. Ao tentar medir a tendência do eleitor, por mais criterioso que se tenha, não existe garantia de que o resultado apresentado pela pesquisa será o mesmo revelado através das urnas, já que muitos fatores poderão contribuir para as possíveis alterações na vontade do eleitor.
Hely Ferreira é cientista político.