Opinião | Pecados petistas
Aqueles que utilizam parte do seu tempo lendo obras que tratam sobre os partidos políticos brasileiros, sabem que independente de concordar ou não com Partido dos Trabalhadores, reconhecem que o mesmo surgiu bem diferente dos demais. A princípio tinha preocupação voltada para temas melindrosos historicamente com relação à denominada classe dos trabalhadores. Não significando dizer, que o cerne do seu eleitorado estivesse justamente no referido grupo.
Depois de três tentativas ao comando do Planalto Central, no ano de 2002 o PT conseguiu ser vitorioso nas eleições presidenciais. Mas o poder provoca alguns malefícios, entre eles o deslumbre achando que tudo é possível. Outro fato é que adversários históricos procuraram se achegar ao rei, com o intuito de se alimentar das benesses, já que não foram preparados para viver na oposição e em nome da “governabilidade” continuaram na casa grande. Acontece que o terceiro mandato do atual presidente, pelo menos até o momento, não tem correspondido suficientemente ao que a maioria dos seus asseclas esperavam que fosse. As críticas sofridas constantemente deveriam servir de reflexão para as principais lideranças petistas. Para tanto, reconhecendo que o mundo caminha muito mais pelos campos de Heráclito do que o de Parmênides. Calçando as sandálias da humildade, certamente, seria dado grande passo, ao invés de procurar um bode expiatório. Afirmar que o problema é a falta de comunicação, não significa dizer que o mesmo será resolvido trocando o chefe. Na verdade, não foi hoje que o partido perdeu a capacidade de dialogar com as massas.
Todos os Partidos Políticos precisam passar pelo processo de renovação dos seus quadros. Salvo melhor juízo, o PT não tem conseguido empolgar os jovens como nos seus primórdios. Será que é uma das sequelas deixada pela mosca azul?
Hely Ferreira é cientista político.