Opinião | O Recife e Olinda que sonhamos

Historicamente, Olinda foi a primeira Capital de Pernambuco. Durante o período colonial, a Marim dos Caetés viveu dias de glória, sendo reconhecia pela sua importância política e econômica nacional. Carimbada com o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, alguém já disse que “Olinda nasceu para todos”. O problema é que infelizmente, nem todos conseguem alcançar a importância do título.
Lamentavelmente, nos últimos anos, Olinda tem enfrentado alguns desafios e o pior é que não se consegue vislumbrar a curto ou médio prazo que vai mudar. Os antigos alagamentos, ruas sem pavimentação, falta de segurança e um carnaval que não tem fim. Como a festividade momesca é algo permanente, para os turistas é maravilho, mas os moradores que pagam seus impostos vivem em um inferno astral, onde não é difícil encontrar aqueles que durante os finais de semana, resolvem sair de Olinda para conseguir descansar, algo que se tornou praticamente impossível com as eternas festividades.
Quando pensamos em Recife, lembramo-nos das pontes que ajudam na circulação pela cidade e que prioritariamente cortam os dois rios principais da Veneza Brasileira. Seus alagamentos em dias de chuvas torrenciais parecem sem solução. Entretanto, muitas obras ao longo dos anos foram realizadas pelos que governaram a cidade e pela atual gestão. Mas devido às questões topográficas e também de algumas mazelas, a predominância tem sido muito mais de paliativos. Quem se arrisca andar pelo centro da capital pernambucana, certamente irá se deparar com a beleza natural, um grande número de pessoas morando em baixo de alguma marquise e o comércio em clara decadência, basta observar a quantidade de lojas que fecharam suas portas.
Em comemoração aos 490 anos de Olinda e 488 de Recife, talvez o melhor presente seja recuperar nos munícipes a alegria de fazer parte da história e o Poder Executivo Municipal exerce papel importante na trajetória do resgate de pertencimento. Ainda estamos nos primórdios de um novo ano, sendo assim, é possível sonhar que algo novo e de melhor poderá acontecer.
Hely Ferreira é cientista político.