Opinião | O princípio não é o fim
Durante o período chamado de pré-socrático, as várias escolas filosóficas, procuraram explicar a origem de tudo. Entre os filósofos da época Tales de Mileto defendia que o princípio estava na água. Quando nos deparamos com o texto do livro de Gênesis, o mesmo afirma que durante a criação o Espírito de Deus pairava sobre as águas. Assim, concluímos que a água se faz presente na origem das coisas. Acontece que sua presença também pode ser presenciada de maneira assustadora, observemos que também é encontrada a história do grande dilúvio que assolou a terra.
No finalzinho da década de 90 do século passado, o escritor Michel Lacroix escreveu um livro cujo título é Por Uma Moral Planetária. Na referida obra, o autor faz um relato um pouco aterrorizante, mostrando que caminhamos para um verdadeiro humanicídio. Em um dado momento, pergunta se o ser humano já encontrou outro local para viver sem ser a Terra, já que a agride constantemente com suas políticas chamadas de modernas. Diante da catástrofe que tomou conta da região Sul do país, o que podemos esperar?
Lamentavelmente, todo o quadro que se assemelha ao de uma guerra era previsível, mas infelizmente, aqueles que possuem a responsabilidade de evitar os danos, preferem fazer descaso e quando algumas catástrofes acontecem, não falta quem se esconda por trás do discurso de que não é hora de se procurar culpados. Ora, não existe necessidade de procurar quando se sabe onde encontrar. No meio de tanta tragédia em que muitos animais morreram e outros estão sem seus cuidadores, ainda aparecem pessoas para divulgar falsas notícias além de procurar tirar proveito da vulnerabilidade das crianças e das mulheres que estão em abrigos em clara demonstração de que o ser mais perverso do planeta Terra é o ser humano. Ainda bem que aparecem aqueles que presam pelo princípio da alteridade e não medem esforços para ajudar quem precisa, sem querer nada em troca.
Olinda, 11 de maio de 2024.
Sem ódio e sem medo.
Hely Ferreira é cientista político.