Opinião | No mundo da desinformação
Durante longos anos a Rádio Clube de Pernambuco praticamente dominava a audiência isolada entre os moradores do território pernambucano. Com uma programação recheada de informações, o futebol e a chamada equipe de jornalismo informativo comandada pelo saudoso Edilson Torres era referência para os demais veículos de comunicação. Entre a programação diária se destacava o também saudoso Gilberto Carvalho apresentador do programa O Mundo Em Suas Mãos. Logo cedo, Edilson e Gilberto apresentavam o jornal No Mundo da Notícia, informando a população dos acontecimentos locais, nacionais e internacionais. Assim, o ouvinte da emissora pioneira amanhecia antenado com os fatos.
O tempo mudou e embora o rádio ainda seja o maior meio de comunicação, com o avanço da tecnologia muita coisa passou e ainda passa pelo processo de transformação positiva e negativa. Atualmente, a facilidade em se ter informação contribui para o imediatismo da notícia. Por outro lado, muitos entorpecidos pela dinâmica, não conseguem desenvolver a filtragem que muitas vezes se exige.
Estamos vivendo uma era onde o processo de alienação se torna casa vez mais perceptível. O cenário reverbera o que disse um dos pensadores frankfurtiano de que “não existe coisa pior do que tentar educar alguém que já se sente educado”. Talvez, aí esteja o maior desafio atual que é informar alguém que já se sente informado e formado. Com efeito, assiste-se o crescimento de uma massa de manobra e a diminuição de uma massa crítica. Mesmo assim, ainda tem gente que acredita que o Brasil é o país do futuro.
Olinda, 23 de novembro de 2024.
Sem ódio e sem medo.
Hely Ferreira é cientista político.