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Opinião | Militantes em extinção


Por: REDAÇÃO Portal

28/07/2024
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     O art. 14 da Carta Política em vigor apresenta as condições da elegibilidade de alguém, entre as quais a filiação partidária. Historicamente, os partidos políticos representam, ou devem representar, os interesses da sociedade. Para tanto, existem partidos de várias tendências, dando oportunidade para o cidadão, caso tenha interesse em filiar-se, venha fazer parte do quadro daquele com o qual ele possui identificação ideológica. Infelizmente, nos últimos anos não tem sido o critério adotado para boa parte das filiações dos partidos brasileiros. Parte significativa dos novos membros procuram sobrevivência eleitoral e outros para cumprirem algum tipo de missão que se adequa muito mais a projetos de alguns grupos.
     Recentemente, a Marim dos Caetés e a capital de Pernambuco, foram parcialmente surpreendidas com o anúncio dos nomes que irão compor a chapa majoritária do PT e PSB nos respectivos munícipios. Os dois nomes apresentados pertencem às fileiras do PCdoB. Em Olinda, de maneira velada surgiu alguns protestos, fundamentados de que o nome indicado, historicamente encontra-se bem distante do que o partido sempre defendeu. Na capital, em sua primeira entrevista concedida como futuro candidato a vice-prefeito, disse que era “uma honra pertencer a um partido centenário”. Ora, o PCdoB foi fundado no ano de 1962. Portanto, falta-lhe muito tempo para se tornar um partido centenário. Seria bom que os partidos procurassem ensinar um pouco da sua história aos seus novos filiados. Mas infelizmente, parece que conhecer as bandeiras partidárias é algo irrelevante. O que importa é receber a benção dos padrinhos políticos e substituir o título da realeza no poema de Manuel Bandeira, intitulado Vou-me Embora Pra Pasárgada. Aliás, já foi demonstrado pelo Olavo Lima Junior que o crescimento das siglas partidárias brasileiras se dá muito mais por causa das lideranças do que pela identificação com o programa partidário. Aquele militante forjado nas bases, praticamente não existe mais.

Olinda, 26 de julho de 2024.
Sem ódio e sem medo.
Hely Ferreira é cientista político.

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