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Opinião | Liderança respeitada


Por: REDAÇÃO Portal

01/12/2024
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Por Hely Ferreira*

     No mundo da política o verdadeiro líder respeita e reconhece a importância dos adversários. Durante alguns anos, a política pernambucana girou em torno de duas lideranças, Miguel Arraes e Marco Maciel. O primeiro foi prefeito da cidade do Recife e seguindo a tradição, logo em seguida chegou ao Palácio do Campo das Princesas. Mas impedido pelo governo de exceção, Arraes viveu longo período no exílio, retornando ao  país através da anistia. A partir de 1982, não precisa ser como Argos para reconhecer dois líderes em campos antagônicos e que se respeitavam ao ponto de nunca disputarem o mesmo cargo. Marco Maciel já havia renunciado o cargo de governador, partindo para disputar o senado. Do outro lado, Miguel Arraes disputou um mandato de deputado federal. Quatro anos depois em 1986, Arraes se elege governador de Pernambuco e Marco Maciel continuou exercendo o mandato de senador. Visando disputar um novo mandato de deputado federal, Miguel Arraes renunciou o mandato de governador e mais uma vez foi para Brasília e Marco Maciel garantiu sua reeleição ao senado, o ano era 1990. Quatro anos depois, Miguel Arraes volta para governar Pernambuco e Marco Maciel se torna vice-presidente do Brasil. Em 1998, Arraes tenta a reeleição sem sucesso e Maciel é reeleito vice-presidente da República Federativa do Brasil. Quatro anos após a derrota para governador, Miguel Arraes foi mais uma vez eleito deputado federal, sendo o seu último cargo público antes do seu falecimento. Marco Maciel no mesmo ano (2002) foi novamente eleito para senador. Sendo também o seu último cargo público vez que, ao tentar a reeleição em 2010, não logrou êxito.
     Diante do quadro exposto, facilmente se percebe que as principais lideranças políticas de Pernambuco, embora militassem em campos diferentes, nunca disputaram o mesmo cargo no mesmo pleito, demonstrando claramente existir grande respeito entre ambos. O fato de pertencerem a grupos opostos, acima de tudo estava o reconhecimento do papel de cada um. Diferentemente, o quadro atual é o mais insano possível, além de se criar falsos líderes, o respeito pelo opositor é algo quase que inexistente. Na verdade, o mesmo é visto e tratado como inimigo no campo pessoal e o que estiver ao alcance para destruí-lo não se medirá para utilizar esforços. 

P. S. O jornalismo pernambucano encontra-se enlutado com o falecimento de Henrique Queiroz.

*Cientista político 

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