Opinião | Indiferença partidária
O jurista Hans Kelsen definiu os partidos políticos da seguinte maneira: “Formações que agrupam os homens da mesma opinião para assegurar-lhes uma influência verdadeira na gestão dos assuntos políticos e públicos”. Apesar dos partidos políticos exerceram papel importante na história política, principalmente em países democráticos, no Brasil, há um descrédito oriundo do eleitor. Em tese, os cidadãos não se sentem representados e a diversidade de siglas faz com que o povo enxergue os partidos como um balcão de negócios, onde o lucro é garantido.
Recentemente, uma pesquisa realizada pelo Instituto da Democracia apontou que 92% dos entrevistados não integram nenhuma agremiação política partidária. Entretanto, 44% participam de algum grupo religioso, mas 56% não querem nenhum tipo de aproximação com alguma entidade do campo da fé. Ao permanecer o cenário, faz corroborar com entendimento da fragilidade da nossa democracia, pois ainda que os partidos políticos se comportem bem diferente do papel que devem exercer na sociedade, os mesmos possuem capacidade representativa da sociedade. Além do mais, democracias fortes possuem partidos políticos fortes.
Olinda, 16 de julho de 2022.
Sem ódio e sem medo.
Hely Ferreira é cientista político.