Opinião | Foto queimada

     As três primeiras eleições disputadas pelo Senhor Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República existia um fator que pesava muito para não obter êxito nas urnas. Pesquisas apresentavam que em média 32% do eleitor brasileiro não votava em quem não tivesse um curso superior. Portanto, cada eleição o candidato do PT partia com menos trinta e dois da intenção de voto, fora outros fatores que também contribuíam para o insucesso. Mesmo assim, a popularidade da maior liderança petista era perceptível. No ano de 2002, o Partido dos Trabalhadores juntamente com outros partidos aliados saíram vitoriosos, dando início a um novo ciclo da política nacional.
     Acostumado na oposição, o PT teve que aprender de maneira dolorosa o que é ser governo, onde em alguns momentos foi levado a enfrentar o velho fogo amigo, algo que sempre se fez presente na história do partido, na maioria das vezes por conta da pluralidade de tendências. Mesmo assim, a figura de Lula conseguia sobrepujar os transtornos partidário, entre eles o “mensalão”. Depois de sair mais uma vez da prisão, resolveu disputar pela sexta vez à presidência, conseguindo mais uma vitória. No entanto, o quadro atual não tem sido dos melhores para o líder petista. Recentes pesquisas, demonstram  queda vertiginosa da popularidade, no que tange ao governo. Resta saber, se o eleitor consegue separar a questão administrativa da questão pessoal. Caso não exista separação, não causará espanto se parte dos candidatos que são apoiados pelo Senhor Lula fugirem das famosas fotografias ao seu lado e as que já foram tiradas, afirmem que simplesmente queimou.

Olinda, 01 de junho de 2024.
Sem ódio e sem medo.
Hely Ferreira é cientista político.