Opinião | Fim de festa
Na obra Crítica da Razão Tupiniquim, Roberto Gomes afirma que o brasileiro é festivo, mas não é receptivo. A ideia defendia pelo escritor tem posição antagônica ao que se costuma afirmar. Contrariando a tese que se encontra esculpida na mencionada obra, criou-se no imaginário popular que o Brasil é um país em que as pessoas são bem recebidas e que o povo brasileiro consequentemente sabe como recepcionar os estrangeiros que por aqui aportam.
Outra ideia difundida, é que o Brasil é um país abençoado, pois não tem terremoto (Exceto o de João Câmara), não tem tsunami, ciclone e outras catástrofes ambientais. Excetuando as enchentes, que são mais frutos da falta de um planejamento urbano. Também se propagado, que o brasileiro é solidário e não gosta de guerra. Entretanto, há um tempo que parte desse comportamento vem sofrendo alterações na sociedade brasileira. Infelizmente, o que tem prevalecido é a intolerância e assim, estamos assistindo a dificuldade de se conviver com quem pensa diferente. Discordar virou crime. O que prevalece, é a proposta da ideia única.
Para um país que se difunde a predominância da cordialidade, ultimamente tem sido divulgado ataques nas dependências das escolas. Algo antes impensável de que ocorreria por aqui. Mas a pergunta que deve ser feita é a seguinte: o que levou a predominância da violência no país da “cordialidade”?
Olinda, 15 de abril de 2023.
Sem ódio e sem medo.
Hely Ferreira é cientista político.