Opinião | Agressão mútua
Muitos acreditam que a partir do momento em que os sofistas ganharam notoriedade e espaço nas assembleias atenienses, o debate se fragilizou, pois a predominância dos argumentos perderam a referência da verdade, passando a buscar apenas o sucesso. O poder da argumentação é uma das marcas predominante da vida pública, acontece que com o avanço das chamadas redes sociais, aqueles arroubos oratórios facilmente encontrados entre os candidatos, se tornou joia rara. Atualmente, a predominância é conquistar o maior número de seguidores, onde muitas vezes não significa necessariamente ser eleitor.
Em um passado não muito distante, a cidade parava e os olhares estavam fitados na tela da TV movidos pelo desejo em assistir ao debate entre os candidatos. É bem verdade que muitas vezes se tornava acalorado, mas desconheço que tenha havido o lançamento de algum objeto com capacidade de lesionar outrem. O fato ocorrido entre os candidatos à prefeitura da cidade de São Paulo, salvo melhor juízo, enxergo uma agressão mútua, onde um agrediu de forma verbal e o outro de forma física. Lembrando que nada justifica o comportamento de ambos.
P.S. “Quem não vai ao debate é arrogante ou despreparado.” Lembra que é o autor da frase?
Olinda, 19 de setembro de 2024.
Sem ódio e sem medo.
Hely Ferreira é cientista político e membro do IHO.