Bancada do Partido Novo vota contra a criação de cargos comissionados na Prefeitura do Recife
Nesta terça-feira (14), durante uma sessão extraordinária na Câmara Municipal do Recife, os vereadores Felipe Alecrim e Eduardo Moura, ambos do Partido Novo, votaram contra o Projeto 1/2025, que propõe mudanças no organograma da Prefeitura do Recife. O projeto foi enviado pelo prefeito João Campos, após a aprovação da reforma administrativa no final de dezembro, e é o primeiro da atual legislatura.
A proposta prevê o aumento de cargos comissionados, que passariam a totalizar 3.555 vagas — 932 a mais do que na gestão anterior, que tinha 2.623 comissionados. Além disso, a reforma inclui a criação de cinco novas secretarias. O impacto financeiro estimado dessa reestruturação é de R$ 65,9 milhões por ano para os cofres públicos do Recife.
O vereador Eduardo Moura (NOVO) explicou que votou contra o Projeto 1/2025 por considerar que a proposta foi mal elaborada e apresentada de maneira inadequada. Segundo ele, não houve esclarecimentos sobre os cargos criados, suas funções, salários e impacto financeiro, que totaliza um aumento de R$ 66 milhões mensais para o Recife, o que resultaria em mais de R$ 260 milhões em quatro anos.
“Se houver necessidade de contratação de pessoal, esse esforço deveria ser direcionado a áreas essenciais, como saúde, onde há carência de profissionais. Aprovar a criação de novos cargos sem justificativa adequada e sem priorizar as reais necessidades da cidade é uma atitude irresponsável, especialmente considerando o endividamento do Recife”, ressaltou Eduardo Moura.
Enquanto o líder da oposição, o vereador Felipe Alecrim (NOVO) criticou a falta de transparência no uso do dinheiro público.
“A transparência no uso do dinheiro público é fundamental, e a população merece explicações claras sobre como os recursos são aplicados. O projeto não apresenta detalhes sobre os gastos nem os critérios que serão utilizados para essas contratações. Estamos falando de recursos que pertencem à população, e qualquer decisão que envolva valores dessa magnitude precisa ser amplamente justificada e discutida. Essa é uma pauta de extrema relevância para o futuro da nossa cidade, e não podemos aceitar que decisões sejam tomadas sem a devida transparência”, finalizou Alecrim.