Alexandre de Moraes mantém benefícios de delação premiada de Mauro Cid

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes manteve os benefícios da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Cid prestou novo depoimento na tarde desta quinta-feira (21), onde foi questionado sobre omissões e contradições quanto aos planos golpistas divulgados nesta semana, incluindo o planejamento de assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do próprio Alexandre de Moraes.

O STF informou que Moraes confirmou a validade da colaboração premiada de Mauro Cid, e que todas as informações "seguem sob apuração das autoridades competentes". O depoimento durou pouco menos de três horas. 

À imprensa, a defesa do tenente-coronel havia dito, antes do depoimento, que Mauro Cid estava "tranquilo". Na última terça-feira (19), foram presos quatro militares do Exército Brasileiro e um agente da Polícia Federal sob suspeita de arquitetar o assassinato das autoridades: Mário Fernandes (general); Hélio Ferreira Lima (tenente-coronel); Rafael Martins de Oliveira (tenente-coronel); Rodrigo Bezerra de Azevedo (tenente-coronel); e Wladimir Matos Soares (policial federal).

Em nota divulgada nesta quinta-feira (21), a Polícia Federal confirmou que encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o relatório final de toda investigação. Entre os indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa estão Bolsonaro; o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto. Ao total, foram indiciadas 37 pessoas.