Saúde mental: picos de estresse e comportamentos explosivos se tornam parte da rotina de profissionais de segurança pública

No Brasil , o índice de policiais que tiram a própria vida é mais alto do que aqueles que morrem em confronto durante o serviço, é o que destaca o relatório anual do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Segundo os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2022, o número de suicídios de policiais apresentou um aumento de 55% se comparado com o ano anterior. 

Em Pernambuco, no ano passado, um Polícia Militar matou a esposa grávida de três meses, invadiu um batalhão da PM, matou um colega, feriu outros três e se matou. Dos três feridos, uma major faleceu. A ação ganhou destaque nacional, fazendo com que a saúde mental e a segurança dos policiais ganhasse mais atenção e fosse criado um núcleo, para atendimento psicológico e de casos emergenciais envolvendo servidores de segurança do estado. A médica psiquiatra, Adriana Figueira chama a atenção para a saúde desses profissionais. 

Somente em 2022, 1.920 policiais militares de Pernambuco se afastaram do serviço por problemas de saúde mental. Recentemente, no município de Carpina, um PM espancou e matou a tiros a companheira. No último domingo, no Dia dos Pais, o MC Serginho Porradão e uma técnica de enfermagem foram atingidos por tiros disparados por um PM e morreram. Adriana Figueira, médica psiquiatra, pontua que episódios como esses podem ser picos de estresse devido a função exercida.

Em relação à saúde mental na Polícia Militar Pernambucana, um levantamento aponta que mais de 25% do efetivo passou por atendimento psiquiátrico em 2022, totalizando 4.454 profissionais. No entanto, acredita-se que esses números, que já são altos, sejam subnotificados, visto que muitos policiais, e até mesmo o cidadão comum relutam em procurar ajuda. 

Confira as informações com o repórter Guilherme Camilo, clicando no 'play' acima.