Pernambuco garante quase R$ 1 bilhão em investimentos via incentivos fiscais

Pernambuco garantiu quase R$ 1 bilhão em investimentos por meio de incentivos fiscais para indústrias, centrais de distribuição e importadores atacadistas que pretendiam implantar ou ampliar as operações no estado em 2024.

O dado foi apresentado na última reunião do Conselho Estadual de Políticas Industrial, Comercial e de Serviços (Condic) neste ano. No total, 281 projetos foram contemplados na Região Metropolitana do Recife e no interior, gerando 3.517 empregos diretos e o valor nominal de R$ 993,1 milhões.

Os incentivos fiscais são concedidos via Programa de Desenvolvimento de Pernambuco (Prodepe) e Programa de Estímulo à Indústria de Pernambuco (Proind). O Prodepe, voltado à atividade industrial e ao comércio atacadista, foi o principal motor: R$ 716,6 mi, com foco para o Grande Recife.

No caso do Proind, voltado ao estímulo à indústria, o número de projetos contemplados na RMR e no interior foi o mesmo: 52, incrementando R$ 276,5 mi nos cofres públicos.

Stellantis

O secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Guilherme Cavalcanti, apontou que o cenário é de otimismo diante da perspectiva de mais investimentos nos próximos anos. Dentre eles, a chegada de um novo sistemista da Stellantis para o Polo Automotivo de Goiana, na Mata Norte.

“A empresa vem produzir aqui toda parte de carpetes e isolamentos para os automóveis dos novos projetos da Stellantis, já dentro daquele ciclo de investimentos de R$ 13 bilhões anunciado. Eles têm novos carros que vão ser produzidos aqui, e esses novos carros vão contar com fornecedores que estão vindo produzir aqui em Pernambuco”, explicou.

O aporte de R$ 13 bilhões deve ser feito pela montadora no estado em cinco anos. Atualmente, quatro modelos de destaque no mercado são produzidos no Polo Automotivo de Goiana: Jeep Renegade, Compass e Commander, e a Fiat Toro.

2025

A Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe) destaca o aumento anual de investimentos no estado via incentivos fiscais. Entre 2023 e 2024, o crescimento foi de 48%. Para o presidente da Adepe, André Teixeira, os números são fruto da escuta feita com a população e o empresariado.

“A primeira coisa que a gente fez foi ouvir a população, entender qual o seu anseio. Entender que a gente pode investir nos arranjos produtivos, como a apicultura, a aquicultura, o gesso, a fruticultura. Quando a gente fala com o pernambucano, a gente consegue ter uma assertividade muito maior no direcionamento dos nossos investimentos. Assim, o crescimento é muito mais rápido. E com o que a gente já tem de empresas conversando com Pernambuco, sabemos que 2025 e 2026 serão anos melhores do que foram 2023 e 2024”, declarou.

André ressaltou que não se pretende priorizar um setor, mas sim fortalecer toda a cadeia produtiva em suas necessidades. A Adepe tem colocado como foco, além de interiorizar, estabelecer diálogo com as pequenas e médias empresas, que muitas vezes não sabem que é possível investir no estado e receber incentivos fiscais como contrapartida.

Reportagem - Lucas Arruda