Mulheres trans denunciam violência e exploração sexual em Presídio de Igarassu
Presídio masculino foi alvo de uma operação da PF em fevereiro por um esquema de corrupção envolvendo presos e policiais

Foto: Reprodução/TV Globo
Duas mulheres trans que estão detidas no Presídio de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife, denunciaram em vídeo que estão sendo discriminadas e obrigadas a se prostituírem dentro da unidade prisional masculina.
De acordo com a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (SEAP), as duas mulheres que aparecem nas imagens que circulam nas redes sociais, estão presas na ala LGBTQIA+ do presídio.
Em fevereiro deste ano, a mesma unidade foi alvo de uma operação da Polícia Federal por causa de um esquema de corrupção e tráfico de drogas envolvendo detentos e policiais penais, conhecido como "resort do crime". O caso resultou no afastamento do então diretor da unidade, Charles Belarmino de Queiroz.
No vídeo, as mulheres contam que as violações começaram após o novo diretor do presídio, Carlos Cordeiro, assumir a gestão da unidade. Elas também relataram que chegam a ficar dez dias numa cela isolada como forma de punição.
“A gente tá sendo oprimida pelo diretor Carlos Cordeiro, sendo obrigada a usar roupa de homem, de macho.[...] A gente tá passando ‘oprimição’ de 10 dias trancadas. ”
Além da discriminação, elas também expuseram um sistema de exploração sexual e que precisam trabalhar, fazendo massagens e cortando as unhas de outros detentos, para conseguir comprar itens essenciais dentro da cadeia a preços inflacionados.
“Quando a gente vai para o castigo, a gente é obrigada a se prostituir. As câmeras são todas desligadas [...] quando bate meia-noite, oprime a gente, obriga a gente a ficar com outros presos porque eles ganham dinheiro. [...] A gente está sendo 'cafetinada' dentro do famoso 'resort do tráfico'", disse uma das detentas.
"Se a gente não sair do pavilhão para ir fazer o 'corre' lá embaixo, lavar roupa, fazer unhas e massagens, a gente não tem dinheiro [...]. E a gente não aguenta mais passar fome; estamos ficando magras e secas", afirmou.
A Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (SEAP) informou que abriu um procedimento administrativo disciplinar para apurar todas as denúncias relatadas no vídeo e tomar providências. A Seap disse ainda que intensificou as revistas e as medidas de segurança dentro da unidade.
Na semana passada, o Ministério Público Federal (MPF) divulgou um relatório que aponta irregularidades no local. Entre elas, uma superlotação superior a 400%, venda de locais para detentos dormirem, e mercantilização hiperinflacionada de itens básicos.
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