Mortes causadas pelas chuvas evidenciam racismo ambiental no estado, aponta especialista

Foi enviado um projeto para a Assembléia Legislativa que prevê o pagamento de uma pensão vitalícia de um salário mínimo para as famílias dessas 128 vidas silenciadas

04/06/2022

Foto: Mhatteus Sampaio/via g1

Após a morte de pelo menos 128 pessoas por conta das fortes chuvas em Pernambuco, o Governador Paulo Câmara anunciou o envio de um projeto para a Assembléia Legislativa que prevê o pagamento de uma pensão vitalícia de um salário mínimo, R$ 1.212, para as famílias dessas 128 vidas silenciadas. Além de um auxílio de R$ 1.500, em parcela única, para os desabrigados ou desalojados. Mas, mediante essa situação, surgem as perguntas: isso é o suficiente? O que essa tragédia nos mostra? Para o cientista social e professor da Universidade Federal de Pernambuco, José Luiz Ratton, em entrevista ao Estúdio CBN, essas vidas perdidas refletem um descaso e negligenciamento com a população periférica, evidenciando um racismo ambiental.

Esse termo é utilizado para evidenciar injustiças ambientais em um contexto racial, se referindo às comunidades de minorias que são constantemente degradadas ambientalmente. O mundo está passando por um processo de mudança climática por conta do aquecimento global. Caso esse fenômeno não seja freado, chuvas torrenciais serão mais frequentes, assim como a elevação do nível do mar e da temperatura média do planeta. Caso medidas não sejam tomadas, em nível municipal, estadual, federal e mundial, muito mais vidas serão perdidas.

Reportagem João Paulo Ribeiro