Em Petrolina, Embrapa afirma que tomará medidas cabíveis, após ocupação de integrantes do MST em área de preservação
Segundo o órgão, os locais têm sido utilizados para instalação de experimentos e multiplicação de material genético e que a presença das famílias pode comprometer a vida de animais ameaçados de extinção
Foto: Reprodução/g1
Dentro do chamado “Abril Vermelho”, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam novas áreas em Pernambuco. Agora, pelo menos 10 locais estão tomados por mais de 2,8 mil famílias, das 65 mil que existem no Estado.
Segundo a assessoria do MST, as áreas não cumprem sua função social.
Áreas do Grande Recife, Zona da Mata, Agreste e Sertão do estado foram onde aconteceram as mais recentes movimentações. Ainda de acordo com a assessoria do MST, as localidades ou já foram desapropriadas pelo estado ou estão em dívidas com o poder público.
Porém, um desses territórios é área de preservação ambiental da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), do Governo Federal, localizada em Petrolina, no Sertão. O órgão reagiu ao movimento, por meio de nota, alegando que as terras são agricultáveis e de preservação da Caatinga.
De acordo com a empresa, os locais têm sido utilizados para instalação de experimentos e multiplicação de material genético, e que a presença das famílias pode comprometer a vida de animais ameaçados de extinção. A Embrapa afirmou ainda que vai tomar as medidas cabíveis para solucionar o impasse.
Também por nota, o Instituto de Terras e Reforma Agrária do Estado de Pernambuco (Interpe) afirmou que monitora os processos agrários do Estado.
Na noite desta segunda-feira, 17, a governadora Raquel Lyra recebeu um grupo de representantes do MST que entregou um documento com os pedidos para melhoria da vida dos assentados, como a resolução de conflitos agrários, investimento na produção de alimentos e na educação, saúde e cultura do campo.
Segundo Raquel Lyra, o encontro, que teve a presença da Deputada Estadual Rosa Amorim (PT), a primeira representante do MST a ocupar uma cadeira na Assembleia Legislativa de Pernambuco, foi um ponto de partida sobre as demandas do campo, que serão tratadas nos próximos anos por sua gestão e que parte do que foi reivindicado pelo MST já consta no seu plano de governo.
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