Em disputa com o partido, Gilson Machado convida Braga Netto para assumir secretaria
Gilson Machado trouxe nomes caros ao bolsonarismo para inauguração do comitê de campanha do filho
Foto: Ademar Filho/Divulgação
O candidato à Prefeitura do Recife pelo Partido Liberal (PL), Gilson Machado, trouxe nomes caros ao bolsonarismo para a inauguração do comitê de campanha de Gilson Machado Filho (PL), postulante ao cargo de vereador da capital pernambucana. Entre as figuras mais conhecidas, o General Braga Netto não somente foi ao evento como também acabou convidado por Machado para ser secretário de Segurança a partir de 2025, se eleito.
Walter Souza Braga Netto foi ministro-chefe da Casa Civil e da Defesa durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Segundo Gilson Machado (PL), a experiência do ex-ministro como interventor federal no Rio de Janeiro, em 2018, o credencia para assumir o cargo. Ainda de acordo com Machado, Braga Netto teria aceitado o convite.
“É preciso ter planejamento e coragem para enfrentar esse desafio. Com a liderança do General Braga Netto, nossa meta é trazer a segurança que a população de Recife merece”, afirmou.
Em vídeo divulgado pela assessoria de Gilson Machado (PL), Braga Netto, mineiro de Belo Horizonte, diz que veio a Recife prestar apoio ao ex-ministro do Turismo.
"Eu vim do Rio (de Janeiro) para prestigiar o ministro Gilson, que fez um trabalho brilhante no governo Bolsonaro. Morei em Recife, adoro essa cidade, e acho que Recife merece uma oportunidade de melhorar. Porque Gilson tem os mesmos valores que nós: Deus, pátria, família, liberdade e uma economia liberal.
Retrucou
A relação de Gilson Machado (PL) com o diretório nacional do Partido Liberal apresenta turbulências na reta final da campanha. Valdemar Costa Neto, presidente do PL, afirmou não ter enviado o valor limite do fundo partidário para Machado devido à alta popularidade de João Campos (PSB), atual prefeito e candidato à reeleição.
Em entrevista ao jornal O Globo, na quarta-feira (25), Valdemar chegou a dizer que "dinheiro não foi feito para queimar". Dos R$ 9,7 milhões permitidos para envio à campanha do ex-ministro de Bolsonaro, o diretório nacional do PL destinou cerca de R$ 6 milhões.
O fato de Gilson Machado (PL) ter lançado o seu filho ao cargo de vereador também estremeceu a relação com o partido. Segundo Valdemar Costa Neto, "há um sentimento de revolta" entre os correligionários, e "a postura de Gilson não tem sido a de um candidato para a prefeitura".
Em resposta, Gilson Machado declarou que mesmo com a "asfixia" que vem sofrendo pelo diretório nacional do PL, tem chances de chegar ao segundo turno no Recife.
"Isso mais parece um desejo de enfraquecer, aqui em Pernambuco, o líder maior da legenda, o presidente Bolsonaro. É inacreditável que um candidato do partido, que cumpre a missão de manter vivo os ideais do presidente Bolsonaro em uma região hostil, como o NE, seja eivado com fogo amigo, através de uma fala infeliz do presidente do PL nacional. O combinado não sai caro", disparou.
Reportagem - Lucas Arruda
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