Butantan identifica compostos de animais marinhos e plantas que matam parasita da doença de Chagas
Atualmente o único medicamento disponível não elimina o protozoário, que a longo prazo causa problemas cardiológicos e gastrointestinais; objetivo da pesquisa é buscar terapias alternativas
Foto: Reprodução/OPAS
O Instituto Butantan, vinculado à Secretaria de Estado da Saúde (SES) de São Paulo, anuncia uma descoberta significativa para o tratamento da doença de Chagas. O pesquisador André Tempone identificou compostos de animais marinhos e plantas capazes de eliminar o parasita responsável pela doença.
Uma dessas substâncias promissoras foi encontrada no coral-sol (gênero Tubastraea), coletado no litoral norte de São Paulo. O estudo, publicado em 2022 na revista ACS Omega, deve ajudar no desenvolvimento de medicamentos mais eficazes. O composto isolado mostrou seletividade para o parasita em testes celulares, abrindo caminho para sua síntese em laboratório.
Além disso, uma molécula encontrada na planta canela-amarela também apresentou eficácia contra o Trypanosoma cruzi, o agente causador da doença. Essas descobertas são de grande importância, visto que a doença de Chagas é muitas vezes diagnosticada tardiamente, tornando o tratamento mais desafiador. Atualmente o único medicamento disponível não elimina o protozoário, que a longo prazo causa problemas cardiológicos e gastrointestinais.
De acordo com cientistas do Projeto Conservação Recifal (PCR), o coral-sol é uma espécie invasora que vem se disseminando por toda a costa brasileira desde a década de 1980 e ameaçando os corais nativos por não possuir predadores naturais fora da sua área original de ocorrência.
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