Prisão de Sara Winter fragiliza o bolsonarismo

Um dos ícones do bolsonarismo no Brasil, a ativista Sara Winter viu policiais federais baterem a sua porta hoje cedo, nesta segunda-feira (15), e a levarem para a superintendência da corporação em Brasília. As prisões preventivas da influenciadora e de mais cinco pessoas foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), para investigar a organização de atos contra a democracia no Brasil. Winter também é investigada no inquérito que apura uma rede criminosa de produção e disseminação de fake news na internet, além de ameaças a magistrados do STF.

Desde o final do ano passado, Sara Winter vem intensificando a escalada de movimentos contra a democracia brasileira. Além de pregar violência contra integrantes dos poderes, a "ativista" articulou um grupo autodenominado "300 do Brasil" que montou acampamento na Praça dos Três Poderes, em Brasília, com forte viés paramilitar, para intimidar representantes do Legislativo e Judiciário. Ela mesmo, em entrevistas recentes à imprensa, confirmou a presença de armas dentro da organização.

Sara Winter se "notabilizou" na internet ao veicular conteúdos nas redes sociais com forte viés conservador, repleto de ataques à imagem e à honra de políticos e magistrados. Antes ativista de esquerda, chegando a integrar o grupo feminista internacional Femen, Winter deu uma guinada de 180 graus após desavenças até hoje muito mal explicadas e passou a defender fortemente pautas pró-vida, família e religião.

A prisão preventiva de Sara Winter significa a fragilização no bolsonarismo e um duro golpe na base de apoio do presidente Jair Bolsonaro. Mais do que isso: aponta que, apesar dos sucessivos episódios de tensionamento contra os poderes, a combalida democracia ainda dá demonstrações de firmeza e que a lei e a ordem devem ser cumpridas para quem comete crimes e desobedece a Constituição Federal.