Perdido, Jair Bolsonaro só tem a cloroquina
Perdido, isolado e sem forças até para demitir um subordinado.
Foto: Divulgação
Desde o agravamento da pandemia do Covid-19, o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou uma série de medidas para minimizar os impactos da crise na economia brasileira. A principal delas é a liberação de recursos para salvar Estados e municípios em tempo de queda brusca na arrecadação. Pernambuco, por exemplo, estima perder mais de 30% das receitas previstas para esse ano por conta da crise do vírus. Porém, dos R$ 49,9 bilhões ventilados pela União, em março, R$ 1 sequer chegou nas contas dos governos estaduais e das prefeituras. Enquanto isso, Bolsonaro defende o uso da Hidroxicloroquina politicamente, sem comprovação científica, e espalha o “vírus do ódio” nas ruas e redes sociais.
Nesta terça-feira (14), a área econômica do governo federal informou que o Palácio do Planalto vai aumentar o aporte nos cofres estaduais e municipais, passando para R$ 127,3 bilhões o volume de recursos destinos a estados e prefeituras, entre transferências diretas, suspensão de dívidas com a União e com a Caixa Econômica Federal. O que chama a atenção é o delay entre o anúncio e a decisão de enfim socorrer os Estados e municípios, mesmo aqueles aliados do presidente Jair Bolsonaro. A grita é generalizada.
Nos últimos 30 dias, o que observamos foi o aprofundamento da crise, com alguns estados e prefeituras já não conseguindo honrar o pagamento de servidores públicos, como é o caso de Minas Gerais. Mesmo diante dessa situação devastadora, o presidente Bolsonaro se apega a uma discussão menor, mesquinha e perigosa, fora do foco principal, onde traz o debate que deveria ser meramente médico-científico para a raia política: o uso de uma substância tóxica, sem respaldo da ciência no protocolo de tratamento da Covid-19.
Bolsonaro precisa urgentemente parar de pensar que é médico e vestir de vez o paletó de presidente. A discussão se deve ou não usar a hidroxicloroquina deve ser tratada por especialistas da Anvisa e do Ministério da Saúde. Lá, há gente competência e gabaritada que sabe o que está fazendo e não precisa de um garoto-propaganda de medicamento para dar palpite. Já no Palácio da Alvorada, a cadeira principal no terceiro andar parece estar vaga. Há um vácuo de liderança concreto.
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