Em 45 dias, Paulo e Geraldo mais que dobram quantidade de leitos com o compromisso em salvar vidas
Em um cenário de muita incerteza e grandes desafios, o natural seriam gestores públicos cruzarem os braços e criticar, sobretudo, a falta de apoio federal para ações.
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Em um cenário de muita incerteza e grandes desafios, o natural seriam gestores públicos cruzarem os braços e criticar, sobretudo, a falta de apoio federal para ações. Porém, a realidade no Estado e na capital pernambucana é diferente. Em pouco mais de 45 dias, o Governo de Pernambuco e a Prefeitura do Recife mais que dobraram a quantidade de leitos disponíveis para tratamento de pacientes do Covid-19, em meio a um cenário de grave crise econômica, queda drástica de arrecadação e ausência de repasses públicos por parte da União. Enquanto o governador Paulo Câmara (PSB) busca abrir mil novos leitos até maio, o prefeito Geraldo Julio (PSB) já pôs em funcionamento dois hospitais provisórios nesse mesmo período. Ações como essas reforçam o compromisso das duas gestões em salvar vidas.
Decisões administrativas de criar um sistema de retaguarda hospitalar eficiente fazem a diferença num período agudo de crise econômica e social que vivemos. Contudo, mesmo com o foco em preservar vidas, os esforços do Governo de Pernambuco e da Prefeitura do Recife esbarram na falta de iniciativas político-administrativas de parte das prefeituras pernambucanas. Enquanto a capital e o Estado vêm reagindo à crise, diversas gestões municipais não se movimentam no sentido de criar novas UTIs para absorver as crescentes demandas locais. Isso acabando contribuindo para o inevitável estrangulamento do sistema público recifense. Se cada um fizer sua parte, o sistema de saúde poderia suprir a necessidade de atendimentos.
Por outro lado, o governo Jair Bolsonaro emperra a liberação de recursos para socorrer cidades e estados. Desde março, a União vem anunciando programas de auxílio às gestões estaduais e municipais que totalizam bilhões, mas R$ 1 sequer chegou aos cofres. Enquanto isso, o presidente protagoniza polêmicas lamentáveis, acirra a rixa com governadores e prefeitos - os que verdadeiramente estão trabalhando para mitigar os efeitos da pandemia - e politiza protocolos médicos de olho em sua reeleição. Em meio a uma série de crises provocadas por Bolsonaro e equipe, vale lembrar a tentativa de confisco de respiradores comprados pela gestão Geraldo Julio, o que colocaria em risco a vida das pessoas na capital pernambucana.
A verdade é que, em pouco mais de 45 dias, o Governo de Pernambuco já abriu mais de 300 novos leitos para atender pacientes do Covid-19. Isso é mais do que o dobro da capacidade dos hospitais Pelópidas Silveira (Curado), Dom Hélder (Cabo de Santo Agostinho), Miguel Arraes (Paulista) e Mestre Vitalino (Caruaru). Juntos, esses equipamentos – construídos nos últimos oito anos – ofertam cerca de 130 leitos de UTI.
Além da decisão de criar novos leitos, o governo do Estado vem empreendendo esforços, sem trazer a discussão para a seara da política, em reabrir hospitais privados para atender exclusivamente pacientes do novo coronavírus e contratar leitos na rede privada. O Hospital Alfa (Boa Viagem) e a maternidade Brites de Albuquerque (Olinda), adquiridos provisoriamente pela gestão estadual, chegam para reforçar a retaguarda de apoio. Em paralelo, o governo Paulo Câmara ampliou a capacidade do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, uma referência no tratamento do Covid-19.
Na esfera municipal, o prefeito Geraldo Julio vem correndo contra o tempo e colocou de pé dois dos sete hospitais provisórios. Em quase 60 dias, os novos equipamentos foram instalados nos bairros de Santo Amaro e do Coque, de modo a descentralizar a oferta de serviços para a população. Somente a unidade do Coque possui um total de 420 leitos, sendo 100 de UTI, ultrapassando a capacidade do Hospital da Mulher, da Prefeitura do Recife, inaugurado ainda na primeira gestão do prefeito. Exemplos de gestões como esses deveriam ser copiados para diversas cidades pernambucanas e o Palácio do Planalto. Nessa crise, cada ente precisa fazer sua parte para todos vencerem.