Diálogo entre Governo empresário marca debate sobre infraestrutura do estado

Reunindo quase 200 participantes, a Associação Atitude Pernambuco e a Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe) realizaram na manhã de 17/07 o Seminário “Construindo caminhos para o desenvolvimento”, com foco na infraestrutura econômica do estado, com apoio da Adepe e de Suape. Na agenda, seis palestras de peso apresentaram os desafios e oportunidades em termos de rodovias federais, estaduais, energia, portos e aeroportos, situando a infraestrutura como um fator de competitividade econômica do estado. 

“A classe empresarial sente que é preciso alavancar o desenvolvimento do estado. Para que isto aconteça é preciso união entre a classe empresarial e os governos. No evento de hoje discutimos o que precisamos fazer para agilizar este desenvolvimento econômico e social. Infraestrutura é fundamental para isso”, pontuou o presidente do Atitude Pernambuco, Guilherme Ferreira da Costa.

Já o presidente da FIEPE, Bruno Veloso, disse que é necessário defender o que é, por direito, do Estado. "A FIEPE está sempre buscando outras entidades para monitorar e cobrar obras que são fundamentais e que estão paradas ou sequer foram iniciadas, a exemplo da Transnordestina e do Arco Metropolitano", destacou.

Abrindo as palestras, Bruno Bittencourt, superintendente do DNIT em Pernambuco, listou e comentou sobre diversos projetos do Governo Federal, como 11 obras que somam R$ 4,6 bilhões, os 65,3 km de obras e adequação da capacidade (duplicação e restauração). Como destaques, o superintendente trouxe o projeto executivo para o viaduto no entroncamento da BR-101, que está sendo viabilizado pelo Atitude Pernambuco; as duplicações da BR-407 (Petrolina) e BR-423 (São Caetano e Lajedo), entre outros. 

Na sequência, Diogo Bezerra, secretário de Infraestrutura de Pernambuco, fez o mesmo tipo de recorte, concentrando sua fala nas estradas estaduais, como a triplicação da 232, projeto de R$ 157 milhões, com 4 milhões de pessoas beneficiadas; a requalificação da PE-017/Estrada da Muribeca (R$ 34,1 milhões/635 mil beneficiados), restauração e requalificação da PE-015 (R$ 175,5 milhões/900 mil pessoas). 

No tocante à infraestrutura de fornecimento de energia elétrica, com João Paulo Neves Baptista Rodrigues, diretor de Relações Institucionais da Neoenergia, apresentou o plano de investimentos de 2024 a 2028, que totaliza R$ 5,1 bilhões e inclui, por exemplo, 270 km de linhas de alta tensão concluídas, 13 subestações, 680 mil ligações e 2 mil empregos gerados, além de mais de 233 MVA em termos de potência elétrica ampliada no estado. Rodrigues também fez referência aos projetos de descarbonização previstos para Fernando de Noronha, ao custo de R$ 350 milhões.

Os desafios e as oportunidades da infraestrutura estadual foram apontados por Guilherme Cavalcanti, secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado. “Viemos trabalhar os desafios de curto prazo e também entender o que nos torna o destino com a melhor estrutura para investidores em toda a região Nordeste. Além disso, a conversa com o empresariado é um trabalho permanente feito pela própria governadora Raquel Lyra”, frisou Guilherme.

Os participantes também assistiram à palestra “Desafios e Oportunidades de Infraestrutura no Porto de Suape”, com Márcio Guiot, presidente do Complexo Industrial Portuário de Suape, que reúne 83 empresas, 12 polos de desenvolvimento, gerando 20 mil empregos. Guiou apresentou os projetos de expansão da infraestrutura portuária e as principais ações para diversificar as operações, assim como alguns resultados significativos do sexto porto público em movimentação de cargas no Brasil. “É importante termos oportunidades de participar de encontros como esse. Estamos felizes em mostrar o trabalho que o porto vem desenvolvendo para o crescimento da região Nordeste”, ressaltou.

Tânia Bacelar, economista da Ceplan, elencou Suape, iniciativas empresariais ASG e inserção de comunidades tradicionais como “sementes para o futuro” do estado. Tânia sublinhou oportunidades para a energia solar e a eólica, com minimização de impactos ambientais e sociais, e novos padrões de mobilidade e de habitabilidade (moradia e saneamento), em especial nas médias cidades pernambucanas.

Também presente no evento, a governadora Raquel Lyra comentou sobre a busca por parceiras para melhorar a capacidade de fazer do estado e torná-lo mais eficiente. “No primeiro semestre deste ano, executamos e liquidamos R$ 1 bilhão, o maior investimento público dos últimos dez anos. Estamos trabalhando para que o segundo semestre seja ainda melhor, garantindo a retomada da capacidade de capital, da organização das contas públicas, da busca de parcerias, empréstimos e financiamentos, além da parceria com o governo federal”, enfatizou Raquel Lyra.