Com impeachment rondando, Bolsonaro se agarra no "Posto Ypiranga"
Bolsonaro vem derretendo devido à série de trapalhadas na condução do País durante a maior crise de saúde pública dos últimos tempos
Foto: Divulgação
Os números da nova pesquisa da consultoria Atlas Político, divulgados nesta segunda-feira (27), mostram que 49% dos brasileiros consideram ruim e péssimo o governo Jair Bolsonaro e a maioria da população (54%) é a favor do impeachment do presidente. Esse é o cenário mais negativo que o atual chefe do Palácio do Planalto enfrenta desde o início do mandato. A percepção à gestão Bolsonaro vem derretendo devido à série de trapalhadas na condução do País durante a maior crise de saúde pública dos últimos tempos, culminando com as demissões dos ministros Luiz Henrique Mandetta (Saúde) e Sérgio Moro (Justiça).
O estudo ouviu 2.000 pessoas, entre os dias 24 e 26 de abril, em plena saída de Sérgio Moro do governo. O levantamento tem uma margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Segundo os dados, 64,4% dos brasileiros desaprovam a figura de Jair Bolsonaro, enquanto 30% aprovam. Sobre o impeachment, as mulheres são as mais favoráveis à saída do presidente: 58% disseram sim, enquanto 49% dos homens concordam com a destituição. Quanto ao credo religioso, 39% dos evangélicos são a favor da “queda” de Bolsonaro e 53% são contra. Entre católicos, os números são de 59% a favor e 29% contra.
Dos atuais ministros no governo, Paulo Guedes é o que ainda que detém imagem mais positiva junto à população, superando, inclusive, ao de Bolsonaro. Nessa pesquisa, 40% aprovam a imagem do chefe da Economia, dez pontos percentuais acima a do presidente. Por outro lado, 38% consideram negativa a imagem do “superministro”.
Com a saída de Sérgio Moro, o governo Bolsonaro perde um importante sustentáculo – combate à corrupção – e deverá colar sua imagem à do ministro da Economia para dar uma sobrevida. O Palácio do Planalto deverá fiar sua percepção à do “superministro”, procurando animar o mercado financeiro e trazer confiança do empresariado. Vale lembrar que Paulo Guedes goza de grande prestígio junto a investidores e sua eventual saída pode significar o fim da era Bolsonaro.
O presidente da República já começou a emitir sinais da dependência a Paulo Guedes. Nesta segunda-feira, no mesmo dia em que foi divulgada a pesquisa e em meio a rumores de possível saída do ministro da Economia, Jair Bolsonaro declarou que Guedes “é o homem que decide (a) economia no Brasil”, após reunião com o auxiliar, no Palácio do Alvorada. A fala dele segue após o próprio chefe da Economia ver sua equipe desfalcar o anúncio do programa Pró-Brasil, na semana passada. O discurso, seguido do levantamento, demonstram o quão dependente está o governo Bolsonaro do “superministro”.
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