Professora amarra mãos e cola boca de criança em Fernando de Noronha

Uma criança de 4 anos teve as mãos presas e a boca colada com fita adesiva pela própria professora na Ilha de Fernando de Noronha, no Centro Integrado de Educação Infantil Bem-Me-Quer. Na sala de aula, além da professora, outras duas assistentes estavam presentes quando o caso aconteceu. Todas foram afastadas das atividades da creche, que também funciona como pré-escola. A direção do Centro tomou conhecimento do caso por meio da família da vítima.

O Centro Bem-Me-Quer atende por volta de 230 crianças, de até 6 anos. Em reunião interna, registrada em ata da instituição, a qual o G1 Pernambuco teve acesso, a professora "confessou que amarrou as mãos da criança com uma fita e não lembra se colou a fita na boca da criança". A professora também teria pedido desculpas aos familiares da aluna que estiveram presentes no encontro com a gestão. 

Representantes do Conselho Tutelar e integrantes do Núcleo de Apoio Psicopedagógico (NAPP) também participaram da reunião, e o Conselho Tutelar segue acompanhando a família. De acordo com a Administração da Ilha de Fernando de Noronha, um Processo Administrativo Específico (PAE) foi aberto para esclarecer tudo o que aconteceu.

Não é o primeiro caso de violência registrado na instituição de ensino, que é mantida pela Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco, em parceria com a Administração de Fernando de Noronha. Outra criança, dessa vez, um menino de 4 anos, teria retornado para casa com hematomas nas costas após passar o dia no Centro Bem-Me-Quer.

A mãe do menino, Dayse Santana, disse que questionou as duas professoras da criança, que afirmaram não saber o que teria acontecido. A Administração da Ilha confirmou que esse caso foi registrado em abril, e na ocasião, a colaboradora responsável pelo aluno foi afastada e o caso foi encaminhado para o Conselho Tutelar.

Em nota, a Secretaria de Educação e Esportes (SEE) afirmou que "lamenta o ocorrido e informa que a gestão do Centro Integrado de Educação Infantil Bem-Me-Quer acionou a família do estudante e o Conselho Tutelar assim que tomou conhecimento do caso.  A SEE segue à disposição das autoridades competentes para mais esclarecimentos".

Ouça a nota do repórter Lucas Arruda no 'Play' acima