Prefeitura do Recife afasta servidor após ato de homofobia; vigilante pediu para casal gay parar de se beijar em parque

A Prefeitura do Recife afastou o vigilante que foi filmado praticando um ato de homofobia no Parque Treze de Maio, no Centro da capital. O servidor público aparece no vídeo mandando um casal gay parar de se beijar. No vídeo, o homem ainda afirma que os dois jovens poderiam "ficar em uma sala presos" até "a polícia chegar" caso continuassem. O funcionário faz parte do quadro de servidores da Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb).

No discurso de justificativa para que o casal pare de ser quem são, o vigilante ainda repete expressões como "Eu não sou contra vocês". As palavras caracterizam uma espécie de homofobia em versão light ou velada, como explica o psicólogo Ewerton Melo.

A informação do afastamento do servidor foi publicada nas redes sociais pelo prefeito do Recife, João Campos (PSB). A postagem afirma que o funcionário ficará afastado dos afazeres "até que seja concluído o processo administrativo para apurar o caso e tomar as medidas legais”. 

João Campos, no Twitter, ainda repudiou a atitude do servidor. Segundo ele, "Homofobia é crime e não cabe no nosso Recife. Hoje, afastamos o servidor da Emlurb envolvido na denúncia ocorrida no Parque 13 de Maio”. 

As vítimas são estudantes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Ambos fizeram um boletim de ocorrência pela internet, denunciando o crime de homofobia cometido pelo servidor. Para o Cientista Social, Historiador e Professor, Thiago Modenesi, a cura para o preconceito é a informação.

Vale lembrar que o Supremo Tribunal Federal (STF), em junho de 2019 criminalizou a homofobia e a transfobia. Assim, preconceitos contra homossexuais e transexuais são enquadrados no crime de racismo. A pena pode ir de um a três anos de reclusão e multa.

Ouça a matéria do repórter Guilherme Camilo, disponível no play acima.