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Pesquisadores se reúnem em Pernambuco para discutir crescimento da Febre Oropouche no Brasil


Por: REDAÇÃO Portal

Evento acontece no Instituto Aggeu Magalhães, sede da Fiocruz no estado

01/08/2024
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Evento acontece no Instituto Aggeu Magalhães, sede da Fiocruz no estado

Foto: Lucas Arruda/CBN Recife

Após mais de 7 mil casos de Febre Oropouche confirmados em todo o país, e 89  em Pernambuco, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), com apoio do Ministério da Saúde, da Fiocruz Pernambuco e da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), realiza, nesta quinta-feira (1°), o primeiro seminário sobre a doença, reunindo gestores estaduais de vigilância e a comunidade científica.

Questões como cenário da Febre Oropouche no país e na América Latina, diagnóstico, monitoramento de casos e os desafios da saúde pública são temas abordados pelos pesquisadores. Até o momento, duas mortes de bebês infectados com o vírus foram confirmadas, e outras duas estão em investigação em Pernambuco.

Ainda não há confirmação se o vírus do Oropouche, transmitido pelo mosquito popularmente conhecido como maruim, foi o causador das mortes, como destaca a Secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel.

"Nós falamos em epidemiologia que a gente tem uma associação, uma relação causal, e ela indica que a gente precisa estudar um pouco melhor isso. Nós precisamos monitorar mais, mas todas as amostras foram negativas para outras doenças e positivas para o Oropouche. Então há uma forte associação. A gente não pode dizer que o Oropouche causou essa morte, mas nesses casos foi identificado esse vírus", relatou a secretária.

Ethel Maciel reforça que a Febre Oropouche tem prioridade no acompanhamento de doenças pelo Ministério da Saúde em 2024.

Foto: Lucas Arruda/CBN Recife

Ao longo do dia, três mesas devem apresentar diferentes pontos de abordagem sobre a infecção, que tem sido acompanhada com muita cautela pelos profissionais de saúde. Em Pernambuco, 14 cidades já registraram a presença do arbovírus, tanto em ambientes urbanos quanto rurais.  

A Secretária de Saúde de Pernambuco, Zilda Cavalcanti, afirma que neste momento, os centros de pesquisa, como a Fiocruz e o Laboratório Central, em Pernambuco, e o Instituto Evandro Chagas, no Pará, tem voltado toda a atenção para a ligação do vírus do Oropouche com a morte dos fetos. As mortes de duas mulheres na Bahia reforçaram esse alerta.

"A gente vem reconhecendo e se debruçando no estudo da relação entre a doença e a sua possibilidade de transmissão vertical, que é a transmissão da mãe para o filho. Podendo, assim, estar relacionado com a morte fetal e com o aparecimento de alterações neurológicas ao nascimento do bebê", ressaltou Zilda.

Foto: Joely Azevedo/SES-PE

Cenário nacional 

A Febre Oropouche foi registrada no país, pela primeira vez, em 1960, na construção da estrada que liga Belém a Brasília. Desde então, ele permanecia com incidência apenas na região amazônica, o que mudou através da análise das últimas amostras de arboviroses.

Amazonas, Roraima e Bahia, atualmente, apresentam os números mais expressivos no Brasil. Só na Bahia são mais de 800 casos e duas mortes de mulheres adultas confirmadas pela infecção. Maranhão, Santa Catarina, e o próprio estado de Pernambuco tem sido avaliados pela comunidade científica no mundo.

Pernambuco é escolhido como ponto central de pesquisa no Brasil nove anos após o surto de microcefalia no estado, ligado à infecção por Zika Vírus.

Mudanças climáticas 

Os pesquisadores e agentes de saúde avaliam que, diante do crescimento de casos de Febre Oropouche no país, a prevenção é fundamental para lidar com a emergência da situação. 

Dada a relação da doença com as mudanças climáticas, visto que países como Uruguai, Argentina e Cuba também registraram casos de Oropouche - o que nunca havia ocorrido -, mais um alerta é aceso quanto à relação do ser humano com a natureza.O saneamento básico está no centro das pesquisas, com a transmissão da doença pelo maruim. Ou seja, sem o controle ambiental, conter a disseminação do vírus do Oropouche se torna um desafio ainda maior.  

Reportagem - Lucas Arruda 

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