Foram ouvidas 2.017 pessoas, entre homens e mulheres, em 126 municípios brasileiros, no período de 9 a 13 de janeiro de 2023
Foto: Agência Brasil - EBC
De acordo com a quarta edição da pesquisa Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil, realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a violência contra as brasileiras apresentou crescimento no país. O levantamento aponta que cerca de 18,6 milhões de mulheres sofreram algum tipo de violência em 2022. Dentre as estatísticas, ao menos quatro agressões ao longo do ano foram sofridas pelas vítimas. Esse número aumenta para nove, quando são mapeadas as que são divorciadas.
Foram ouvidas 2.017 pessoas, entre homens e mulheres, em 126 municípios brasileiros, no período de 9 a 13 de janeiro de 2023. Os resultados mostram que 11,6% das mulheres entrevistadas foram vítimas de violência física no ano passado, representando cerca de 7,4 milhões de brasileiras. De acordo com o apontado pela pesquisa, 14 mulheres foram agredidas com tapas, socos e pontapés por minuto.
De acordo com a Advogada Criminalista, Caroline Bessa, destaca a principal motivação das agressões contra o gênero feminino.
Outro dado é em relação ao autor da violência. O estudo destaca que o ex-companheiro é o principal autor da violência, com 31,3% do apurado, seguido pelo atual parceiro íntimo, com 26,7%. Na maior parte dos casos, com 73,7%, o autor da agressão é conhecido da vítima. Os números indicam que o lugar menos seguro para as mulheres é a própria casa. O levantamento destaca que 53,8% dos relatos informam que as agressões mais graves ocorreram dentro da sua residência. Já o número de vítimas que foram até a delegacia da Mulher aumentou, em relação a 2021, subindo de 11,8% para 14% em 2022. O registro eletrônico, ligação para a Polícia Militar ou Disque 180 somam, juntos, 8,1%.
Caroline Bessa, ainda destaca que em caso de morte, o crime se torna hediondo.
O país agrega dados amargos quando se trata de violência contra a mulher. Além da pesquisa que fala sobre o número de agressões sofridas, esta semana, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontou que o número de casos de estupro no país por ano é de 822 mil, o que equivale a duas ocorrências por minuto. O século XXI já se enraizou faz tempo, mas ainda, evidenciado em números, o período medieval permanece na cabeça de homens, sejam companheiros, parentes ou ex companheiros que acreditam ter posse do corpo, da vontade e do direito de ir e vir de mulheres que nasceram para ser livres.
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