Jovem vai para UTI após treinamento no exército; família denuncia tortura e caso será investigado pelo Comando Militar do Nordeste

Um médico, de 23 anos, foi internado na UTI do Hospital Esperança, do Recife, após passar mal durante um treinamento em um batalhão do Exército na capital pernambucana, para futuros oficiais do quadro de profissionais de saúde. O caso é tratado como tortura pela família, que utilizou as redes sociais para denunciar o incidente. De acordo com relatos, o jovem sofreu fadiga por esforço excessivo, quadro de desidratação intensa, comprometendo os rins e não consegue andar.

De acordo com a advogada criminalista, Maju Leonel, os métodos utilizados em treinamentos são contestáveis.

Segundo a família, o rapaz, que realizava um treinamento de formação de médicos pelo 14° Batalhão de Infantaria Motorizado, em Jaboatão dos Guararapes, informou durante a atividade que não estava bem, mas foi impedido de ser socorrido pelos próprios colegas. O atendimento só ocorreu após o desmaio e quadros de convulsão. Somente após isso, a vítima foi levada para UPA onde foi medicada e transferida para o Hospital particular. Os familiares também destacam episódios de tapas nas costas, diversos machucados nos joelhos e pernas e excesso de esforço. 

Ainda segundo Maju Leonel, advogada criminalista, o diálogo precisa acontecer entre o Estado e as Forças Militares devido a certas práticas.

Por meio de nota, o Conselho Regional de Medicina (Cremepe) informou que está ciente do ocorrido e que investiga o caso com sigilo processual, para não comprometer a investigação. 

O Comando Militar do Nordeste (CMNE) respondeu, por meio de nota, que o aspirante a oficial "sentiu-se mal e foi imediatamente socorrido pela equipe médica que acompanhava o treinamento". Ainda em nota, o CMNE destacou que foi instaurado processo administrativo para apurar as circunstâncias que envolveram o fato e todo o apoio de saúde e assistência social está sendo prestado ao militar e sua família.