“Há fragilidade no processo de logística da instituição”, afirma Cremepe sobre interdição do Hospital Barão de Lucena
Unidade de saúde sofre com desabastecimento de medicamentos e insumos básicos
Foto: via g1
Uma unidade de saúde estadual, localizada no bairro da Iputinga, Zona Oeste do Recife, atende emergências e realiza cirurgias enquanto funciona com uma crise de abastecimento de medicamentos e insumos básicos, como soro, bisturi e luvas. Não são raros os relatos de médicos e pacientes que precisam bancar, do próprio bolso, os materiais necessários. Essa é a realidade do Hospital Barão de Lucena, que nesta quarta-feira precisou sofrer uma interdição cautelar ética parcial, realizada pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de Pernambuco (Cremepe).
Está suspenso, por 30 dias, o trabalho médico nos internamentos para cirurgias eletivas programáveis, aquelas que podem ser remarcadas ou realizadas em outras unidades de saúde. A decisão foi tomada após fiscalizações do Cremepe, no ano passado, identificarem o problema. Em dezembro, o hospital foi notificado, mas a situação não mudou em 2024.
Em coletiva de imprensa, o presidente do Cremepe, Mário Jorge Lôbo, pontuou que o desabastecimento indica fragilidade logística do hospital.
A interdição tem como objetivo preservar a dignidade do atendimento à população e a segurança do ato médico. Na próxima quinta-feira (25), o conselho irá realizar nova fiscalização para averiguar se houve ou não a solução das irregularidades. Com a interdição podendo ser suspensa ou prorrogada.
No dia 11 de janeiro, a CBN Recife chegou a procurar a Secretaria Estadual de Saúde sobre as denúncias. Mas o governo pernambucano informou que os problemas identificados na unidade não afetavam os atendimentos na urgência e emergência do hospital, nem os procedimentos eletivos de cirurgia vascular e oncológicas. Afirmou ainda que montou uma força-tarefa para otimizar a compra de materiais e evitar o desabastecimento na unidade.
Segundo o Cremepe, o Hospital Barão de Lucena sofreu, só em 2023, com seis mudanças da gestão responsável pelo setor de suprimentos. Assim como a diretoria da unidade, que pediu exoneração do cargo.
Ouça matéria completa da repórter Taynã Olimpia no 'play' acima.
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