Familiares de pacientes denunciam má condições e falta de medicamentos no Hospital Otávio de Freitas

Familiares de pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Otávio de Freitas, em Tejipió, na Zona Oeste do Recife, denunciam descaso na unidade que é referência em diversas especialidades. Entre os problemas, que não são novidade, estão a falta de materiais e medicamentos, má higiene do ambiente, superlotação e descuido no atendimento dos doentes. A categoria que trabalha diretamente com o atendimento alega más condições de trabalho, já o Hospital reconhece a alta demanda, mas garante funcionamento das atividades e abastecimento de insumos. Segundo a mãe de uma paciente que ficou internada, e não quis ter seu nome revelado, algumas pessoas na UTI estão com feridas abertas sem o devido tratamento.

A mulher ainda destaca que o ambiente onde os pacientes ficam, não é devidamente higienizado.

O presidente do Sindicato Profissional dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem de Pernambuco (Satenpe), Francis Herbert, detalha que os problemas no Otávio de Freitas são recorrentes.

O Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE) informou, por meio de nota, que  ainda não foi notificado oficialmente sobre os problemas relatados e que vai apurar a situação, no entanto, destaca que alguns pontos da denúncia se dão por conta da falta de infraestrutura e material adequado. Quanto à equipe de enfermagem da unidade, o Coren se comprometeu a verificar as irregularidades e tomar as medidas cabíveis, mas adianta que os profissionais são vítimas de más condições de trabalho, sobrecarga e baixos salários. Em janeiro, o conselho realizou uma inspeção no local e constatou irregularidades que foram repassadas ao Estado para que fossem apontadas soluções.

Por meio de nota, a direção do Hospital Otávio de Freitas (HOF) reconheceu a alta demanda na unidade, mas reforça que o acolhimento é realizado a todos os usuários que chegam ao local. Ainda em nota, o HOF destaca que o plantão de enfermagem  está completo, que a unidade está abastecida de insumos para atendimento e que a limpeza da UTI é realizada diariamente respeitando as medidas sanitárias.

O que diz o COREN-PE: 

O Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco informa que ainda não foi notificado oficialmente sobre problemas relatados na atual denúncia, mas que o Departamento de Fiscalização do Coren-PE vai apurar a situação vivenciada por pacientes internados no Hospital Otávio de Freitas. O Coren-PE adianta que alguns pontos da denúncia se dão por conta da falta de infraestrutura e material adequado, o que dificulta a assistência prestada pelos profissionais de enfermagem. Sobre o relato quanto à equipe de enfermagem da unidade, o Conselho se compromete em verificar a situação e caso as irregularidades se confirmem, serão tomadas medidas cabíveis. Mas destaca que esses profissionais são vítimas de más condições de trabalho, sobrecarga e baixos salários, tríade que compromete seus trabalhos nos maiores parâmetros de segurança. O Coren-PE informa ainda que em janeiro deste ano realizou uma inspeção no local e encontrou irregularidades, lavrando as notificações necessárias. Os trâmites legais para a resolução desses problemas estão sendo seguidos e acompanhados pelo Departamento de Fiscalização do Conselho.

O que diz a direção do Hospital Otávio de Freitas:

A direção do Hospital Otávio de Freitas (HOF) reforça que o hospital é referência estadual para atendimentos em diversas especialidades médicas e única emergência urológica do estado. O HOF reconhece a alta demanda de pacientes em sua unidade, mas reitera que acolhe todos os usuários que buscam, diariamente, o serviço.

Com relação aos processos de higienização da unidade, cabe informar que existe um cronograma de limpeza dos setores, com escalas de funcionários qualificados para limpeza hospitalar para cada setor nas 24 horas e rotinas estabelecidas.

Assim, a limpeza na UTI é realizada diariamente, por funcionários específicos para aquela unidade, podendo ser feita com ou sem a presença de pacientes e respeitando os normativos da vigilância sanitária.

O HOF reforça que a unidade de saúde está funcionando com as escalas completas de plantão de enfermagem. E que os pacientes estão sendo atendidos. A diretoria frisa, ainda, que a unidade de saúde está abastecida de todos os insumos necessários para os atendimentos.

Ouça a matéria do repórter Guilherme Camilo clicando no play acima.