Estudo aponta que consumo de ultraprocessados no Brasil teve aumento de 5,5% na última década

Um estudo publicado na Revista de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) apontou que, nos últimos dez anos, o consumo de alimentos ultraprocessados pelos brasileiros teve aumento médio de 5,5%.

De acordo com a vice-coordenadora do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da USP (Nupens/USP), Maria Laura Louzada, o crescimento desse consumo de ultraprocessados entre 2008 e 2017, embora não muito grande, foi significativo. 

Normalmente, esses produtos contêm pouco ou nenhum alimento inteiro em sua composição, além de conterem altos índices de açúcar e gordura e serem pobres em fibras e micronutrientes. 

Entre eles, estão refrigerantes, biscoitos de pacote, doces e salgados, macarrão instantâneo, alimentos prontos para aquecer, doces, balas, chocolates e embutidos como presunto e mortadela.

Segundo o estudo, quem mais consome esse tipo de “alimento” são pessoas do sexo feminino, adolescentes, pessoas brancas, com maior renda e escolaridade, moradores de áreas urbanas das regiões Sul e Sudeste do país.

De acordo com pesquisa divulgada em janeiro pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil passará a registrar 44 mil novos casos de câncer de intestino, também conhecido como câncer colorretal, por ano. E uma das causas responsáveis por esse aumento frenético, segundo a entidade, é exatamente o alto consumo de alimentos ultraprocessados pela população do país.

Ouça a nota de Assíria Florêncio sobre o assunto clicando no play acima.