Erradicada no Brasil, poliomielite pode ter novas infecções devido à baixa cobertura vacinal

Após quase uma semana do início da campanha nacional de vacinação contra a poliomielite, a baixa adesão vacinal continua gerando preocupação para o sistema de saúde, isso porque o risco de novos casos para a doença, que foi erradicada no Brasil desde 1989, volta a surgir. 

O médico pediatra e representante da Sociedade Brasileira de Imunizações de Pernambuco, Eduardo Jorge, explica a preocupação em relação ao retorno da doença no país.

A doença infecto-contagiosa é causada pelo poliovírus. O agente infecta crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou secreções eliminadas pela boca de pessoas infectadas. Pessoas sem histórico vacinal para o poliovírus, quando são infectados passam a ter o vírus multiplicado livremente na garganta ou nos intestinos.

Um fator que leva a não adesão da vacinação é a descrença na eficácia, como também a falta de imunizantes nas redes de saúde, no entanto, segundo o Médico Pediatra Eduardo Jorge, este não é o principal fator para o esquema vacinal estar reduzido.

Para ter acesso ao imunizante, basta que pais ou responsáveis legais levem a criança até um posto de vacinação para que receba a vacina.

O Brasil é um dos oito países da América do Sul que apresentam o risco alto da volta da poliomielite, de acordo com o relatório divulgado pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), em 2021. Na pesquisa do IBOPE Inteligência, é apontado que apesar de 90% da população reconhecer a importância das vacinas, três em cada dez crianças brasileiras não foram imunizadas contra doenças com potencial fatal.

Ouça a matéria do repórter Guilherme Camilo clicando no play acima.