“Insistir, resistir, nunca desistir”, esse é o lema dos ex-moradores do Edifício Holiday, o prédio que divide opiniões em Boa Viagem, famoso bairro nobre do Recife.
Foto: Reprodução/ Tv Globo
Na década de 1950, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, surge um marco arquitetônico para a capital pernambucana. Em formato de meia lua, com mais de 470 apartamentos distribuídos em 17 andares, o Edifício Holiday é grandioso não apenas em tamanho, mas também em cultura e história. Contudo, a falta de zelo, que não ocorre somente neste edifício antigo do estado, passou a ser uma ameaça à sociedade e o início de uma luta para os moradores.
Em fevereiro de 2019, um laudo do Corpo de Bombeiros sentenciou o destino do edifício e decretou que a instalação elétrica do Holiday tinha risco máximo de incêndio, interrompendo o fornecimento de energia do prédio. Os três mil moradores passaram a viver no escuro.
Dias depois, a Prefeitura do Recife solicitou a interdição do Edifício alegando não somente problemas elétricos, como também riscos estruturais. Os moradores foram obrigados a deixar os seus lares e a ocuparem abrigos. O Juiz da 7ª Vara da Fazenda Pública da Capital, Luiz Gomes da Rocha Neto, responsável pelo caso do Edifício Holiday, afirmou que precisou ir pessoalmente para convencer os últimos moradores a desocuparem o prédio.
“A gente tirou três mil pessoas de dentro de um prédio sem uso da força e sem dar um empurrão. As duas últimas famílias que ficaram, eu subi e o negociador fui eu mesmo, porque eles não queriam sair”, relata o Juiz.
Desde a interdição, cenas de vandalismo são frequentes no Holiday. Portas, janelas e outros itens dos imóveis foram levados. Mesmo sendo considerado imponente e icônico para o Recife no bairro de Boa Viagem, as marcas de abandono são evidentes.
Inclusive, parte da população acredita que o poder público tem planos para demolir o Holiday e realizar novas construções. Mas de acordo com o Juiz Luiz Rocha, esta possibilidade é praticamente irreal, tendo em vista que o Edifício é icônico e, caso houvesse alguma construtora interessada, provavelmente seria realizada uma reforma que fizesse o prédio permanecer com as mesmas características, devido a sua importância histórica e arquitetônica.
Quase 5 anos após a evasão, os moradores ainda não foram autorizados a retornar às suas casas e o edifício encontra-se abandonado. Hoje, muitos ex-moradores moram em casas de parentes ou pagam aluguel. Alguns, sem esperança, outros, na expectativa de novas respostas. A Justiça deve apresentar o desfecho dessa história até o fim deste ano.
Ouça a matéria da repórter Aline Melo clicando no ‘Play’ acima.
Esta reportagem contém áudios da Rede Globo.
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