Cartilha que busca reduzir expressões racistas gera polêmica entre os magistrados de PE

O material acabou desagradando um grupo de magistrados, que segundo a juíza Andrea Rose Borges Cartaxo, elaboraram um manifesto encabeçado por ela, reprovando o que chamaram de “infiltração ideológica de 'causas sociais'

26/11/2020

Foto: Reprodução

Uma cartilha desenvolvida para buscar reduzir expressões racistas gerou polêmica entre os magistrados de Pernambuco. Produzida pela Associação dos Magistrados de Pernambuco (Amape), a cartilha “Racismo nas Palavras” contém 13 páginas e sugere substituições de expressões no meio jurídico, tais como “mercado negro”, por “mercado ilegal”, “lista negra” por “lista de restrições", e uso do verbo “denegrir” por “difamar”, entre outras.

O trabalho surgiu como resultado de um seminário antirracismo online, realizado exclusivamente para magistrados, durante a programação do Dia da Consciência Negra. A cartilha ficou disponibilizada para todos os juízes e outros interessados, mas acabou desagradando um grupo de magistrados, que segundo a juíza Andrea Rose Borges Cartaxo, elaboraram um manifesto encabeçado por ela, reprovando o que chamaram de “infiltração ideológica de 'causas sociais'.

O “Manifesto pela Magistratura em Pernambuco” foi publicado em uma rede social da juíza, com assinatura de outros 33 juízes. A publicação diz repudiar “a produção de cursos, lives, webinários, panfletos, cartilhas e similares em apoio a correntes ideológicas, que provoquem cisões internas e a criação de subgrupos de juízes”.

Confira mais informações na reportagem de Cynthia Ventura, clicando no play acima.