Bolsonaro faz pedido para rever ação contra Índia sobre açúcar na OMC

O presidente Jair Bolsonaro esteve na Índia, em viagem oficial, e afirmou que fez um pedido ao ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores) para rever a ação na OMC (Organização Mundial do Comércio) contra subsídios ao açúcar na Índia. Em entrevista concedida ao programa CBN Recife, o presidente do Sindicato da Indústria e do Álcool do Estado de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), Renato Cunha, destacou que foi uma visita positiva, porque o país é um parceiro importante para o Brasil, além de ser um grande mercado de consumo. “Se o Brasil e os outros países forem rever esse painel da OMC, em Genebra, nesse painel jurídico, é preciso que haja, das duas partes, sobretudo da Índia, uma receptividade para a construção de um programa de Etanol lá para que eles deem um destino a cana de açúcar de lá, como a gente dá aqui”, explica Renato. 

Ainda na ocasião, o presidente ressaltou a importância da Índia nas produções de açúcar e etanol ao redor do mundo, principalmente nos últimos cinco anos, quando obteve um espaço maior no mercado internacional de açúcar em função da necessidade de preservar empregos. No entanto, Renato destaca que isso ocorreu de forma distorcida,  que se chama de subsídios distorcivos devido à utilização do mecanismo de garantia de preços internos para subsidiar a produção, fazendo com que a oferta no mundo de açúcar fosse muito forte e derrubasse os preços do açúcar nos últimos 5 anos em mais 30%. “Essa situação passa a ser nociva para os outros países como o Brasil que tentam empreender, preservar empregos e os empregos precisam também de uma equação de vendas que seja positiva, você não pode a vida toda empreender com margens negativas, portanto, era importante que a Índia fabricasse também etanol, não só açúcar, afinal, eles são grandes importadores de petróleo”, avalia Cunha. 

Confira outras informações na entrevista completa com Renato Cunha, disponível no play acima.