Sport, Náutico e Santa Cruz firmam acordo com MPPE para proibir organizadas nos estádios
Medidas serão reavaliadas em seis meses em conjunto com a Federação Pernambucana de Futebol

Foto: Reprodução/Google Street View
Uma reunião para tratar sobre o combate à violência entre torcidas organizadas foi realizada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), nesta terça-feira (11), com os dirigentes de Sport, Náutico, Santa Cruz e da Federação Pernambucana de Futebol (FPF). Os três clubes e a FPF assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o MPPE para eliminar qualquer forma de vínculo com as organizadas Torcida Jovem do Leão, Explosão Coral e Náutico até Morrer, impedindo o acesso, apoio ou utilização de recursos que beneficiem essas uniformizadas.
Os times se comprometeram em não fornecer verbas ou qualquer forma de patrocínio às organizadas, incluindo distribuição de ingressos, transporte e alimentação. Também serão proibidos, com apoio dos órgãos estaduais de segurança, a presença de símbolos, faixas, bandeiras ou espaços reservados às uniformizadas dentro dos estádios e arenas onde os clubes assinantes sejam mandantes.
Outras medidas pactuadas:
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-Os clubes devem impedir o acesso de qualquer membro das torcidas organizadas identificado pelos órgão de Segurança Pública e/ou pela Federação Pernambucana de Futebol, às dependências das sedes administrativas, centros de treinamento e eventos internos (válido também para indivíduos usando símbolos, utensílios ou vestimentas associadas às referidas torcidas);
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-É necessário desassociar qualquer membro da organizada identificado do quadro de sócios, nos termos do Estatuto Social de cada clube, além de excluir qualquer membro da torcida organizada da diretoria ou de emprego no clube, seja como funcionário ou prestador de serviço terceirizado;
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Até 14 de junho de 2025, Sport, Náutico e Santa Cruz devem implantar sistemas de venda eletrônica exclusiva de ingresso para acesso às suas dependências ou estádio nos dias de jogos, com uso de catracas de entrada com identificação facial e controle de imagens do evento;
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-Os times da capital pernambucana devem colaborar com investigações policiais, inclusive disponibilizando, sempre que formalmente demandados, a base de dados dos sócios e frequentadores.
As medidas adotadas no TAC serão revistas e reavaliadas a cada seis meses, por meio de reunião dos clubes com o Ministério Público e órgãos de segurança pública.
Na reunião, Yuri Romão (presidente do Sport), Bruno Becker (presidente do Náutico), Marcos Benevides (vice-presidente do Santa Cruz) e Evandro Barros de Carvalho (presidente da Federação Pernambucana de Futebol) deram sugestões e discutiram as cláusulas do TAC com o Subprocurador-Geral de Justiça em Assuntos Institucionais do MPPE, Renato da Silva Filho; o coordenador do Núcleo do Desporto e Defesa do Torcedor (Nudtor) do MPPE e do Centro de Apoio Operacional à Atuação Criminal (CAO Criminal), Antônio Arroxelas; a coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Consumidor, Liliane Rocha; e o Promotor de Justiça que atua no Juizado do Torcedor, José Bispo.